UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
Núcleo EAD – UNIMES Virtual
Curso Geografia
Trabalho de Conclusão de Curso
Projeto de Pesquisa
Grupo 08 Milton Santos
Claudia
Soares de Camargo da Paz;
Marcelo
de Sousa Santos;
Marta
Maria da Silva Mendes;
Nelma
Andrade de Ramos Rodrigues;
Suzi
Meire Candido Morgado.
2º
semestre de 2013
I. Introdução
I.1. Tema:
Análise
de Material Didático de Geografia no ensino fundamental a partir do tema
Geopolítica Mundial.
I.2. Problema:
É de fundamental importância que os
alunos das séries finais do ensino fundamental II, tenham acesso ao conteúdo
Processo de Regionalização do Espaço Mundial em Blocos Econômicos, tema esse
que precisa ser pesquisado em virtude de fazer parte dos Parâmetros
Curriculares Nacionais de Geografia (PCN), no que tange aos objetivos para o
quarto ciclo:
“Compreender as múltiplas
interações entre sociedade e natureza nos conceitos de território, lugar e
região, explicitando que, de sua interação, resulta a identidade das paisagens
e lugares” (Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. PCN: objetivos para o
quarto ciclo. Brasília. 1997. p. 98).
Esse Processo de Regionalização
do Espaço Mundial em Blocos Econômicos está dentro de um contexto da
geopolítica mundial, com isso, estaremos analisando nos livros da coleção
Araribá que vai do 6º ao 9º ano, informações que nos permita limitar o tema com
foco em uma análise crítica quanto ao assunto nos livros didáticos desta
coletânea, produzindo dessa forma, material didático que possa auxiliar professores
em sala do ensino fundamental II geografia.
Faremos uma investigação da
abordagem do conteúdo e a relevância do mesmo para as séries finais do ensino
fundamental, dentro do tema que nos propomos a pesquisar principalmente nos
aspectos encontrados no livro escolar de forma a analisar se realmente há
necessidade de revermos de forma crítica como o autor traz a Regionalização do
Espaço Mundial em Blocos Econômicos.
Ao final deste trabalho estaremos
concluindo nossa avaliação quanto ao conteúdo abordado na Coleção Araribá
levando em consideração seu grau de importância no processo de orientação de
professores e formação de alunos no que tange ao nosso foco de trabalho nesta
pesquisa e como é representado esse conceito no livro didático visto que se
trata de algo idealizado e como esses conceitos podem ser interpretados pelos
alunos ou idealizado.
I.3. Justificativa:
Este Trabalho de Conclusão de
Curso (TCC), que tem como Instituição orientadora a Universidade Metropolitana
de Santos, na qual buscamos o titulo de licenciados em geografia, tem como
escopo uma avaliação crítica do material didático voltado para as séries finais
do ensino fundamental II, do 6º ao 9º ano, tendo como referencial para analise
a coleção de livros do Projeto Araribá Geografia, coletânea organizada pela
Editora Moderna, e editor responsável Fernando Carlo Vedovate.
Fernando Carlo Vedovate é Mestre
em Ciências, mais especificamente em Geografia Humana, pela Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, também é
Professor e editor de vários livros voltados para sala de aula, e será com base
nos livros do 8º e 9º ano Projeto Araribá organizado por ele que iremos colocar
em foco o conhecimento da geografia no que tange ao campo do processo de
Regionalização do Espaço Mundial em Blocos Econômicos.
Nossa intenção, além de descrever
sobre o tema, é enfatizar o ensino da disciplina de geografia na sala de aula,
de forma que possamos contribuir para o exercício da docência e da formação de
cidadãos críticos quanto a sua própria realidade e, assim, através deste,
faremos uma análise crítica no que tange a abordagem do tema Regionalização do
Espaço Mundial em Blocos Econômicos no livro didático.
Iremos, dentro da coleção citada
acima, pesquisar e analisar de forma reflexiva os livros do 8º e 9º ano, os
quais trazem e abordam o tema que desenvolveremos ao longo deste estudo que é
Analise dos Blocos Econômicos tendo em vista produção de material voltado para
sala de aula e dentro desta abordagem sintetizar o contexto histórico contido
no livro didático do processo de Regionalização do Espaço Mundial em Blocos
Econômicos.
Regionalização em Blocos
Econômicos é uma dos principais assuntos da atualidade, fruto do sistema
capitalista que vigora em praticamente todo mundo, e que se intensificou após o
fim da Guerra Fria, onde o mundo encontrava-se dividido entre dois polos, de um
lado o socialismo liderado pela então URSS (União Soviética) e do outro lado o
bloco capitalista tendo com líder os Estados Unidos, porém sabemos que hoje
temos uma Nova Ordem Mundial.
O que essa Nova Ordem Mundial tem
a ver com a formação dos Blocos Econômicos? Será que é importante para os
alunos do ensino fundamental II, compreenderem essa Geopolítica? Acreditamos
que sim e traçaremos de forma significativa uma analogia quanto à Nova Ordem e
a formação dos atuais acordos financeiros regionais e procuraremos mostrar a
importância de tais ações em um mundo globalizado, com foco na analise do livro
didático e tema desta pesquisa.
Diariamente vemos nos
telejornais, notícias que norteiam os atuais blocos econômicos. Podemos definir
esse termo como um processo de regionalização ou acordos entre países com
interesses econômicos e comerciais em comum, e que esses acordos possuem graus
de integração que serão colocados durante o desenvolvimento da pesquisa. Abaixo
os principais blocos econômicos da atualidade de acordo com livro Projeto
Araribá, 8º ano.
• União
Europeia, com 27 países-membros da UE em 2007 e os três candidatos: Iugoslávia,
Croácia, e Turquia;
• NAFTA
(Acordo Norte-Americano de Livre Comércio) que conta com três nações EUA,
Canadá e México;
• O
MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) tendo como membros cinco países membros e cinco
associados ao bloco em 2007;
• SADC
(Comunidade de Desenvolvimento da África Meridional);
• ASEAN
(Associação das Nações do Sudeste Asiático).
Iremos resumir o contexto
histórico quanto ao sistema de integração comercial e econômica de acordo com o
material de referência tendo em vista produção de material didático e angariar
valor ao assunto para ser utilizado por professores em sala de aula, e para que
sirva também como reflexão da prática de professor que se preocupa quanto às
questões geográficas que fazem parte do panorama mundial e atual.
O livro didático continua sendo
ainda um dos principais recursos usados nas redes de ensino, é através dele que
se determinam os conteúdos que serão trabalhados durante o ano letivo. Uma
análise mais detalhada faz com que possamos nos inteirar dos temas como os
mesmos são colocados, já sabendo que o livro didático pode ser um ser um
instrumento eficiente, mas cabe ao professor ter o papel de mediador no
processo de ensino-aprendizagem.
Novas formas de se trabalhar e
analisar conteúdos voltados para sala de aula, principalmente no ensino
fundamental II que é nosso foco, faz parte de uma prática que deve ser
constante pelo professor (a) visto que com a evolução da tecnologia e difusão
do conhecimento por vários meios requer uma constante revisão dos seus
conceitos e formas de ministrar aulas e de acompanhar a evolução de uma geração
que não aceita ser simplesmente um reservatório de conteúdo, e sim que o
docente busque levar a realidade, “a prática”, para sala de aula por meio de
representações.
I.4. Objetivos
- Analisar de forma crítica o
conteúdo abordagem sobre os Blocos Econômicos na coleção de livros
didáticos Projeto Araribá: geografia/organização Editora Moderna; obra
coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editor
responsável Fernando Carlo Vedovate. 3.ed. São Paulo: Moderna, 2010.
Coletânea formada por quatro livros, porém iremos nos focar nos livros de
8º e 9º ano, voltados para as séries finais do ensino fundamental II.
- Analisar o contexto
histórico do processo de formação dos Blocos Econômicos no panorama
mundial na coletânea Projeto Araribá, livros 8º e 9° ano.
- Buscar uma definição para o
termo Bloco Econômica, nos livros que farão parte do projeto de
pesquisados.
- Verificar se o conteúdo
Blocos Econômicos na coletânea, livros 8º e 9º ano está de acordo com o
solicitado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's).
II. Desenvolvimento do
Projeto
II.1. Metodologia
A
metodologia utilizada neste estudo será a pesquisa bibliográfica com intuído de
fundamentarmos todas as análises feitas neste trabalho de conclusão de curso
tendo como escopo produção de material didático para as séries finais do ensino
fundamental II, e como livros a serem analisados a coleção Araribá séries
finais do ensino fundamental.
Essa
pesquisa bibliográfica contará com a presença de citações de autores
respeitados em relação ao tema que iremos analisar que é Blocos Econômicos,
tanto em livros publicados quanto em artigos científicos, de forma que possam
contribuir de forma significativa para uma visão crítica quanto a abordagem
desse assunto nos livros de geografia do ensino fundamental II, os quais
analisaremos.
Iremos
utilizar também sites oficiais dos Blocos econômicos que serão verificados
durante este trabalho de conclusão de curso, para dar maior suporte teórico e
assim informações mais atuais quanto aos mesmos no que se refera a quantidade
membros, PIB, mudanças ocorridas, em fim, novos dados estatísticos quanto ao
assunto.
Estaremos
ao longo desse estudo utilizando máscara para o trabalho de conclusão de curso
fornecida pela própria Universidade Metropolitana de Santos, que conta com a
devida estrutura para produção e desenvolvimento do TCC ao longo do 6º
semestre, sendo a segunda etapa, tendo como orientadora a Professora Mestra
Regina Helena Tunes, pesquisa essa que será realizada em grupo formado por
cinco alunos os quais batizaram a equipe como Grupo 8 Milton Santos.
É
interessante citar que além dos demais itens que farão parte da estrutura do
estudo terão ao final do desenvolvimento de todo teor a produção de um breve
resumo da pesquisa de forma que possa sintetizar todo nosso trabalho de forma
clara e precisa.
Dentro
dessa dinâmica estaremos tirando desse resumo às palavras chaves para o
entendimento do trabalho, palavras que estarão sempre em foco no intuito de
analise e produção de material didático para o ensino fundamental II.
Após
termos a estruturação do TCC estaremos também organizando o sumário onde
constarão as partes que compõem o todo com escopo de facilitar dessa forma a
orientação de que venha a apreciar nosso trabalho de conclusão de curso.
Na
introdução estaremos fazendo uma explanação sobre os livros didáticos a serem
analisando de forma critica que são os livros do 8º e 9º ano, da coleção
Araribá, livros didáticos para séries finais do ensino fundamental, e dentro do
tema de Geopolítica onde faremos uma delimitação para análise sendo o nosso
foco a abordagem sobre Blocos Econômicos nos livros didáticos da coleção citada
acima para fins de produção de material didático para que possa ser utilizado
em sala de aula por docentes.
Estaremos
ainda fazendo considerações sobre o autor responsável pela organização do
material que é Fernando Carlo Vedovate, Mestre em Ciências (área de
concentração: Geografia Humana) pela faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade de São Paulo. Professor por 17 anos.
Assim
colocaremos na introdução um breve relato sobre a importância do livro didático
nos dias de hoje e a importância de tanto para o professor quanto para o aluno
ao longo da vida escolar, e a necessidade do mesmo estar de acordo como os
Parâmetros Curriculares Nacionais considerando a importância da educação para o
progresso das pessoas e das sociedades, e os quais orientam a atividade
exercida diariamente por professores no Brasil.
Esses
Parâmetros Curriculares Nacionais foram construídos tendo em vista uma
uniformidade dentro do processo educativo brasileiro, sendo assim referências
nacionais que precisam ser constantemente revisados e que servem também como
referencia para a produção dos livros didáticos, onde assim iremos verificar se
a coleção Araribá aborda o tema da nossa pesquisa de acordo com o PCN de
Geografia.
Ao
final da introdução estaremos colocando ainda a relevância para os alunos das
séries finais de ensino fundamental, mormente 8º e 9º ano terem em mente e de
forma crítica a noção e entendimento do processo de regionalização do espaço em
blocos econômicos, fazendo alguma alusão ao processo de globalização no qual
também estamos inseridos.
Após
introdução estaremos organizando nossa pesquisa acadêmica em capítulos seguindo
uma ordem cronológica quanto ao assunto blocos econômicos na coleção a ser
analisada, sendo nosso trabalho dividido em dois capítulos.
No
primeiro capitulo trataremos de expor os aspectos iniciais quanto aos blocos
econômicos na visão de autores presentes na nossa relação de referencial
teórico para a pesquisa, estaremos também colocando uma definição para o termo
bloco econômico com base nas referencias bibliográficas pesquisas por nós.
Falaremos
um pouco sobre cada grupo econômico mundial fazendo nossas colocações com base
em citações; criaremos um tópico para blocos da America do Sul, Central, e do
Norte; Europa, África, Ásia e Oceania de forma a incluir o processo de formação
de cada um e seu grau de importância do mundo, e quantidade países membros.
Trataremos,
dentro deste contexto, de fazer breves colocações quanto a nova ordem mundial,
ou seja, consequências do pós II guerra, organização do espaço mundial, um nova
geopolítica que em conjunto como o processo de globalização deu origem aos
processos de integrações entre nações tal como conhecemos hoje.
No
segundo capitulo estaremos analisando o tema colocado pelo autor na página 12
“O mundo dividido: países capitalistas e socialistas”, no livro do 8º ano, com
intuído de darmos fundamentação a pesquisa quanto ao inicio do processo de
configuração do mundo em blocos econômicos e tecendo assim um breve contexto
histórico desse processo de regionalização em blocos econômicos.
Dando
continuidade, faremos uma breve alusão ao que o autor classifica como “Uma nova
regionalização”, na página 28, assunto que consideramos também como base para
os alunos das séries finais do ensino fundamental entender a nova configuração
do mundo pós-guerra fria levando em consideração as características dos ditos
países do norte e países do sul.
O
tema blocos econômicos presente na página 50 o livro em analise, estaremos
confrontando as características dos blocos econômicos feitas pelo autor com as
colocações feitas por autores geógrafos que farão parte do nosso referencial
teórico da pesquisa, e também sobre o mercado comum à União Europeia, onde
acompanharemos de forma crítica a evolução desse bloco em termos de nível de
integração regional.
Seguiremos
nesse mesmo propósito quanto aos blocos econômicos americanos e associados
presentes também nesta obra, vale lembrar que sites oficiais dessas
instituições serão utilizados tendo em vista verificarmos o nível de
atualização de dados presentes nesses sites e no livro didático, respeitando as
considerações e objetivos contidos nos parâmetros curriculares nacionais para a
disciplina de geografia.
Nesta
discussão estaremos buscando ainda um posicionamento no livro didático de
análise quanto ao Brasil no mundo globalizado tendo em foco a ligação desse
processo de globalização com o processo de formação de blocos econômicos é de
que forma nossa economia foi incluída neste panorama.
Outro
ponto de analise será as grandes guerras e a guerra fria onde estares tecendo
uma relação entres esses fatos e a importância e ligação deles com o processo
de regionalização em blocos econômicos.
Abriremos
espaço para fazermos um diálogo quanto aos principais blocos econômicos do
mundo, buscando compreender a didática colocada pelo autor neste âmbito tendo
em vista questionamento se estão ou foram colocados de forma adequada tendo em
vista a analise do nível de compreensão do assunto pelos alunos.
Após
introdução, primeiro capitulo e segundo capitulo, estaremos fazendo nossas
considerações finais sobre o trabalho de forma que esteja coerente com o
propósito da linha pesquisa que produção
de material didático para o ensino fundamental séries finais, sendo nosso tema
análise crítica quanto ao processo de regionalização em blocos econômicos no
mundo é atendendo os objetivos da pesquisa que são:
- Analisar de forma crítica o
conteúdo abordagem sobre os Blocos Econômicos na coleção de livros
didáticos Projeto Araribá: geografia/organização Editora Moderna; obra
coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editor
responsável Fernando Carlo Vedovate. 3.ed. São Paulo: Moderna, 2010.
Coletânea formada por quatro livros, porém iremos nos focar nos livros de
8º e 9º ano, voltados para as séries finais do ensino fundamental II.
- Analisar o contexto
histórico do processo de formação dos Blocos Econômicos no panorama
mundial na coletânea Projeto Araribá, livros 8º e 9° ano.
- Buscar uma definição para o
termo Bloco Econômica, nos livros que farão parte do projeto de
pesquisados.
- Verificar se o conteúdo Blocos Econômicos na coletânea, livros 8º e 9º ano está de acordo com o solicitado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's).
II.2. Referencial
Teórico:
Nesta etapa do trabalho de
conclusão de curso estaremos fazendo o levantamento do referencial teórico da
pesquisa, onde iremos descrever a abordagem de três autores quanto à temática
geopolítica em suas publicações e também a qualificação dos mesmos em termos de
histórico de formação e profissional.
Inicialmente estaremos expondo as
colocações de José Willian Vesentini, que é doutor e livre-docente em Geografia
pela Universidade de São Paulo; professor e pesquisador no Departamento de
Geografia da FFLCH-USP; especialista em Geografia Política/Geopolítica e ensino
de geografia, temáticas nas quais têm várias publicações e orienta alunos de
mestrado e doutorado. E ainda experiência de muitos anos em escolas de nível
fundamental e médio, públicas e particulares.
Vesentini, em sua obra Geografia
Geral e do Brasil, publicada em 2005, traz abordagens de grande valia quanto à
temática geopolítica. Nesta obra é demonstrada a importância de se fazer o
estudo das relações de poder entre os Estados nacionais, tendo em vista a
compreensão do espaço mundial. O autor define o termo geopolítico como a forma
pela qual os Estados nacionais fazem a sua política no plano colocado por ele
como espacial ou geográfico.
“São elementos de
fundamental importância na geopolítica o poderio militar de cada país, os
planos e os estratagemas de cada Estado para manter ou reforçar o seu poder,
tanto na escala internacional quanto dentro de suas sociedades. Essa
estratégia, essa técnica de planejar e executar movimentos bélicos, movimentos
ligados à força militar, possui também uma dimensão espacial ou territorial: é
a geoestratégia.” (VESENTINI, 2005, p. 193).
Neste contexto ele faz alusão ao
termo muito conhecido quando falamos em geopolítica mundial que é: grande
potência. Esse termo não se refere apenas ao potencial econômico de determinado
país, ou considerado rico, uma grande potência é um Estado poderoso que para
Vesentini impõem, pelas relações diplomáticas ou pelo uso do poder militar,
quanto achar preciso, com foco nos seus interesses econômicos, militares e
políticos, seja em âmbito regional ou mundial.
Temos ainda uma fragmentação
quanto aos níveis de influência dos Estados nacionais potência média que seria
uma potência regional ou grande potência que seria potência mundial, sendo
esses níveis frutos de um projeto de dominação com estratégias tanto no âmbito
interno quanto externo. O autor cita que parte das grandes guerras registradas
na história foi por disputas territoriais tendo com objetivo o crescimento de
um Estado em expansão.
Descreve também que o gasto com
um dos elementos para no processo de um país se tornar uma potência tem havido
um mudança na concepção quanto aos investimentos nele que é o poderio militar,
visto que consome grandes gastos e que de certa forma não melhora a qualidade
de vida dos membros dessas nações onde o nível de gastos para fins militares
são exorbitantes.
“A esse respeito foi
exemplar o caso da União Soviética, que era uma superpotência militar. Para se
manter como tal, acabou sacrificando a economia civil. Os maiores recursos iam
para gastos militares, assim como os melhores cérebros do país trabalhavam para
o exército. Isso custou para esta nação a própria posição como grande potência
mundial, pois com o tempo foi se desenvolvendo bem menos que os Estados Unidos,
o Japão, a Alemanha ou a China.” (VESENTINI, 2005, p. 193).
Essa atitude custou à própria
sobrevivência da então União Soviética, que veio a ruim em meados dos anos 80,
visto que não estava conseguindo acompanhar a evolução e desenvolvimento de
países com Japão, Estados Unidos,..., e tendo como reflexo disso uma baixa
qualidade de vida dos seus habitantes comparada a dos países já citados na
penúltima linha deste parágrafo.
Considerando o processo para se
tornar uma grande potência o Japão demonstrou que não é preciso ser gigante em
termos de território, não é necessário ter grande exército ou mesmo armas
químicas. O diferencial do Japão foi de priorizar a educação, pesquisas, e
assim a qualificação dos seus trabalhadores e com métodos modernos de produção
e controle de qualidade.
Um novo tipo de guerra é descrita
por Vesentini para o século XXI, trata – se disputas econômicas entre blocos
econômicos ou entre potências regionais ou mundiais, tendo em vista o
crescimento e expansão dos seus negócios ou mesmo obtenção de matéria prima
para produção e novas tecnologias.
“Com a atual
revolução técnico – científica, os recursos naturais, inclusive o tamanho do
território, passam a ter um menor peso que no passado, embora ainda sejam
importantes. Isso que dizer que hoje, para os países desenvolvidos, a disputa
por mercados ou por novas tecnologias é muito mais importante que a disputa por
territórios.”(VESENTINI, 2005, p. 194).
Temos exemplos de disputas com
poderio militar excessivo, que por fim não se logrou bons resultados para
manter - se como potência, como guerra do Vietnã onde os Estados Unidos da
America tiveram que se retirar em 1974, sem atingir seus objetivos que eram
impor o sistema capitalista ao país acontecendo o mesmo com a União Soviética
na guerra do Afeganistão em 1989. Com isso percebemos que nem sempre é possível
atingir determinados fins por meio bélico.
“Mesmo com um maior
peso da economia e da tecnologia, é claro que uma grande potência mundial
também deve ter boa capacidade de defesa. Sempre há o risco de invasões por
outros Estados, que, às vezes, tentam resolver sua crise por meio da guerra
nesse caso, a guerra é vista como uma forma de unir o povo, inclusive as
oposições, contra o inimigo comum).”(VESENTINI, 2005, p. 1995).
O poderio militar de um país
também é usado para defender seus interesses no exterior principalmente
tratando – se de investimentos, petróleo, matérias primas, mercados, ou mesmo
relação com outros países que são essenciais para a manutenção e sobrevivência
de uma grande potência no cenário internacional. Podemos citar com base nisso o
posicionamento dos Estados Unidos em relação aos conflitos internacionais ou
mesmo sua intervenção.
Finalizando o item poderio
militar fica claro que uma grande potência não precisa colocar em primeiro
lugar gastos com exército, e muito menos esforços para grandes investimentos em
armamento nuclear. Visto que há outras formas de ameaça como descrito pelo
autor os grupos terroristas e as máfia internacionais, exigindo dessa forma
outro tipo de defesa.
Temos ainda dentro da temática de
geopolítica mundial as relações de força no mundo pós – guerra fria, conflito
esse que foi caracterizado pela disputa ideológica, econômica, política,
militar e bipolar entre o bloco capitalista liderado pelos Estados Unidos e o
bloco socialista liderado pela União Soviética, tendo chegado seu fim em 1989,
com o fim da União Soviética e assim tendo como consequência a abertura da
maioria das economias dos países que faziam parte desse bloco.
Com essa nova configuração os
Estados Unidos têm tomado algumas atitudes ou decisões de forma unilateral
vindo assim a corroer de certa forma a sua imagem no espaço global prejudicando
assim sua diplomacia junto a outros países principalmente junto aos não
aliados.
“... nem mesmo uma
superpotência militar sem adversários à altura pode agir sozinha sem levar em
conta os interesses de uma boa parte do mundo; quando ela tenta fazer isso, o
resultado é um perigoso aumento da instabilidade com a multiplicação de atos
terroristas, de ruidosos protestos em inúmeros países (até mesmo nos Estados
Unidos),etc.”(VESENTINI, 2005, p. 197).
O termo unimultipolar é utilizado
por Vesentini para definir que a pesar dos Estados Unidos serem a única
superpotência no momento com grande poderio político e militar, coloca que do
ponto de vista econômico, tecnológico e cultural existem vários centros
mundiais de poder como Japão, França, Reino Unido, Alemanha e Itália.
Neste sentido temos em ênfase o
poderio econômico – militar e a nova ordem mundial, aspectos que retratam
justamente o mundo pós - guerra fria e sua reestruturação geopolítica mundial
surgindo dessa forma outras potencias em termos econômicos e políticos além da
superpotência que Estados Unidos, sendo seu poderio militar alimentado e
dependente da economia.
Como um exército é importante
tendo em vista a proteção de uma nação contra outras VESENTINE, 2005, p. 200,
expõem que o Japão e Alemanha já deveria ter sua força militar ampliada por
serem grandes potencias em termos econômicos no panorama mundial. Coloca também
uma união em termos militares entre tropas da Alemanha, do Reino Unido, da
França, e da Itália sendo assim uma unificação de poderio militar entres esses
Estados europeus.
Na nova ordem mundial a China vem
se destacando pelo seu crescimento econômico ao longo do século XXI, e com isso
se modernizando militarmente e sendo o autor, possui bombas atômico sendo este
Estado um dos com possibilidades de ser tornar um grande potencia e assim com
poderio e influência para competir com os Estados Unidos no decorre deste
século.
Neste panorama surgi também o
denominado “armas inteligentes”, com possibilidade de programação através de
satélites e GPS, sendo usadas com mais precisam contra alvos. Essas novas armas
tem a vantagem de se tentar atingir de forma precisa o alvo determinado
evitando dessa forma a morte de inocentes ou mesmo destruição total de pontos
militarmente não estratégicos como aconteceu em Hiroshima durante a Segunda
Guerra Mundial.
“Pela primeira vez na história, a
televisão transmitiu ao vivo as imagens de mísseis e bombas guiados a laser,
procurando e atingindo o seu alvo com impressionante precisão.” (Vesetini,
2005, p. 201).
As novas técnicas de guerra
valorizam a tecnologia e não mais a força bruta com utilização de frentes de
batalha com soldados, o cenário de guerras atuais é marcado pelo intenso uso da
informática e da presença da mulher na Marinha, Aeronáutica e Exército.
“Hoje, por trás de um
piloto de avião moderno existe um treinamento de vários anos com o custo de
milhões de dólares. E o piloto nunca é executante isolado na cabina. É parte de
um complexo sistema apoiado por operadores de radar, por peritos em guerra
eletrônica em terra e no ar, por oficiais do planejamento e do serviço de
inteligência, por analistas de dados e pelo pessoal de telecomunicações.”
(Vesentini, 2005, p. 201).
A guerra cibernética também faz
parte deste contexto de globalização é geopolítica, sendo a internet usada para
acesso e controle de redes, incluindo vários recursos para operacionalização de
aviões e computadores tanto para fins comerciais quanto para guerras, sendo
também instrumento de espionagem em relação a outros países, como aconteceu
recentemente com Brasil.
“O ciberespaço ou
espaço virtual (da internet ou de intranets, ou seja, de redes de computadores
que usam recursos de multimídia, com imagens, sons e escrita) tornou – se
fundamental na guerra em virtude da enorme importância militar dos computadores
e de suas redes para a circulação de informações ou ordens, para ligar aviões
aos navios ou bases locais no país de origem, etc.”(Vesentini, 2005, p. 201).
Com a nova ordem mundial e o fim
da bipolaridade entre bloco capitalista x bloco comunista as guerra não
chegaram ao fim, sugiram novos focos principalmente no Oriente Médio e África
onde ocorrem disputas territoriais, por questões políticas envolvendo
principalmente Estados totalitários. Há uma insatisfação desses povos quanto ao
posicionamento dos Estados Unidos visto que este países tem usado seu poderio
militar de superpotência para seus benefícios próprios e de aliados.
É de grande relevância as
colocações do autor quanto ao novo cenário que envolve as bombas atômicos sendo
que hoje há um certo controle sobre elas mesma havendo ainda países com arsenal
ainda não declarado junto ao Clube Atômico e um esforço global no sentido da
diminuição das mesmas tendo em vista evitar catástrofes internacionais envolvendo bombas nucleares.
Vesentini em seu texto “O que é
geopolítica e geografia política?”, afirma que o termo geopolítica é algo que
diz respeito ás disputas de poder no espaço mundial, neste sentido chamamos
atenção para as disputas em termos econômicos partindo para um processo de
regionalização ou dominação do espaço a partir da formação de blocos
econômicos.
Com o processo de globalização e
a formação dos blocos econômicos Vesentini vê de certa forma o enfraquecimento
do Estado - Nação visto que no atual cenário internacional os países já não
conseguem tomar certas decisões sozinhas, estão ligados a outros e dividem seu
poderio com algumas organizações.
“Ele ainda é
importantíssimo e provavelmente vai continuar a ser durante todo século XXI,
mas já divide uma boa parte do seu poder com outras organizações que se
multiplicam: o mercado global, o sistema financeiro internacional, os blocos ou
mercados regionais, as organizações internacionais e as organizações não
governamentais (ONGs), entre outras.” ( Vesentini, 2005, p. 206).
Nesta obra de José William
Vesentini temos informações quanto a formação dos mercados regionais, assunto
esse de extrema importância para pesquisa que iremos desenvolver tendo como
tema o processo de regionalização em blocos econômicos, e levar essas
consideração para analise para nossa análise em relação à coleção de livros
didáticos que nos propusermos a verificar seu conteúdo no que tange ao assunto
blocos econômicos, ou megablocos.
Esse processo é visto como uma
etapa da globalização no qual fica muito clara a interdependência entre países
e povos, um constante crescimento e ampliação do comercio mundial sendo uma
grande integração em termos de mercando visto que as comercializações não ficam
restritas somente ao bloco e possibilidade negociação e outros tornando – se
mega bloco global.
Dentro do contexto da análise
crítica dos livros didáticos voltados para as séries finais do ensino
fundamental temos os seguintes blocos econômicos como os mais importantes e
presentes no panorama econômico mundial e que também fazem parte no processo de
globalização que tem como ramificação a multilateralização das relações de
comércio em âmbito maior com sua expressão na Organização Mundial do Comércio.
A União Européia é o bloco
econômico que encontra – se com estágio ou nível de integração mais elevado, a
denominada União Econômica Monetária sendo a etapa mais avançada até o momento
alcançada.
“Nascida na década de
1950 como Mercado Comum Europeu (MCE) e também conhecida como Comunidade
Econômica Européia (CEE), a União Européia (UE) foi pioneira. O seu sucesso
forneceu o exemplo a ser seguido pelo restante do mundo. O MCE passou a ser
chamado de União Européia em 1993, depoisde o Tratado de Maastricht foi
aprovado pelos países membros. Foi graças ao seu avanço bem-sucedido que os
demais países procuraram criar outros mercados regionais, outros exemplos de
integração econômica regional ou continental.” (Vesentini, 2005, p. 211).
Na América do Norte temos a
presença do Nafta, acordo econômico entre Estados Unido, Canadá e México, para
fins que consistem na eliminação das barreiras tarifárias e não – tarifárias
que incidem entre os países membros sendo estas características do nível de
integração que podemos classificar como zona de livre comércio.
“Outro exemplo de
progressiva integração econômica ocorre na América do Norte, entre Estados
Unidos, Canadá e México. Trata – se do Acordo de Livre – Comercio da América do
Norte (Nafta), assinado por esses três países em 1993. Em conjunto, eles somam
cerca de 400 milhões de habitantes, que geralmente são consumidores de elevado
poder de compra (com exceção de grande parte da população mexicana).”
(Vesentini, 2005, p. 212).
Temos na Apec – Cooperação
Econômica da Ásia e do Pacífico, um fator relevante e moderno no processo de
integração visto que os países membros fazem parte não apenas de um continente,
as fronteiras territoriais não foram consideradas.
“(...). Trata – se da
Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico ( Apec). São quinze os membros
fundadores da Apec: Japão, Estados Unidos, China, Canadá, Tailândia, Taiwan,
Hong Kong, Cingapura, Brunei, Malásia, Indonésia, Filipinas, Austrália, Nova
Zelândia e Coréia do Sul. Também integram esse bloco México, Chile, Papua –
Nova Guiné, Vietnã, Rússia e Peru.”( Vesentini, 2005, p. 213).
No contexto de um mundo
globalizado e o crescente processo de integração mundial em blocos econômicos,
temos o Brasil com um dos fundadores do chamado Mercado Comum do Sul (
Mercosul).
“Também na América do
Sul constituiu – se o Mercado Comum do sul ( Mercosul), formado em 1991 por
Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Bolívia, Chile, Peru, Equador, Colômbia
e Venezuela também participam, mas na condição de membros associados (e não
membros plenos).”(Vesentini, 2005, p. 214).
Mesmo sendo o continente mais
pobre do planeta temos a presença da regionalização do espaço em blocos
econômicos também presente da África, e que assim nos permite dizer que
realmente trata-se de uma ação ou processo que busca conectar todo o mundo, um
economia mundial/global, porém não podemos fechar nossos olhos para a
compreensão de que a união se faz em virtude de certo grau de afinidade quanto
a alguns princípios ou objetivos políticos e econômicos.
“Até mesmo na África
formou – se um bloco comercial, a Comunidade Econômica Africana (CEA),
instituída em 1991 e relançada em 1997, que procura criar um espaço econômico
unificado no continente.”(Vesentini, 2005, p. 214).
Neste segundo momento do
referencial teórico da pesquisa estaremos trabalhando com a obra do autor
Roberto Filizola. Ele é de Porto Alegre/RS, formou-se em Geografia pela
Universidade Federal do Paraná e também é mestre pela Universidade de São
Paulo. É autor de obras didáticas voltadas para o ensino e metodologia da
Geografia.
Inicialmente no contexto da
geopolítica o autor descreve que a forma as formas de regionalização do espaço
mundial mudou, para ele essa processo deixou de levar em consideração as
características físicas do espaço dando lugar para características políticas e
econômicas nas abordagens dos livros didáticos de geografia.
“Além da
desintegração do bloco socialista, outros dois aspectos justificam a inviabilidade
dessa regionalização. Primeiro, que uma verdadeira corrente migratória,
proveniente das antigas colônias aflui para os países ditos desenvolvidos desde
os anos 1960. Com isso, grandes centros metropolitanos, como Nova York,
Londres, Paris, Los Angeles, Tóquio, entre outros, abrigam milhares de famílias
de imigrantes, muitos dos quais ilegais, imprimindo novas marcas nas paisagens
do ‘Primeiro Mundo. Ou seja, aquilo que se convencionou chamar de Terceiro
Mundo já não está mais restrito às áreas originais, tendo se projetado para o
planeta.” (Filizola, 2005, p. 187).
Os países de primeiro mundo têm
investido massiçamente em tecnologias e ponta e controle da informação, fatores
que o autor considera como fundamentais em termos de poder no cenário internacional,
porém nem todos os países conseguem ter esses dois pontos, controle da
informação e tecnologia de qualidade a ponto de competir com países mais
industrializados que investem muito na qualificação de seus cidadãos, continuam
na produção de bens que não exigem tanta tecnologia.
Para Filizola o processo de
regionalização se apoia na forte ligação entre as fronteiras de países membros
e que se fortalecem dentro do processo de globalização surgindo assim novos
atores, ou seja, potências regionais, e as relações econômicas, políticas e
comercias ganham uma escala de nível global.
O processo de globalização na
obra de autor é visto como algo contínuo e fruto de um mudo moderno, trazendo
uma colocação diferenciada quanto a esse conceito em relação outros autores que
abordam essa temática em livros e artigos.
“Como bem sabemos, a
globalização é um processo contemporâneo, melhor dizendo, é próprio do século
XX e do atual. Não se trata, portanto, da algo iniciado nos primórdios da
humanidade ou das Grandes Navegações; tampouco que esteja concluído. Por outro
lado, é inegável que se trata da plena internacionalização do mundo
capitalista. Sendo assim, trata – se de um conjunto de situações que
possibilitaram a formação de um mercado global e de uma economia de fato
globalizada (ou mundializada).”(Filizola, 2005, p. 190).
Na geopolítica mundial surgem
atores de grande relevância no cenário global capazes de influenciar a tomada
de decisões em relação a questões políticas, econômicas, humanitárias,...,
decisões essas que só cabia aos Estados ou grupos de Estados Nacionais.
“Isso significa
dizer, portanto, que novos atores internacionais, ou melhor, globais, se fazem
presentes. Trata – se não apenas das empresas transnacionais e de instituições
oficiais igualmente transnacionais (ONU, FMI, Banco Mundial, etc...). Estamos
nos referindo às igrejas, às ONGs, ao terror, entre outros.” (Filizola, 2005,
p. 190).
Os blocos econômicos surgem na
geopolítica em virtude de acordo entre países em vista proteção de mercado tendo
como lideres os países com maior poderio militar, na maioria dos casos, porém
sabemos que para a formação deles tem de haver um certo nível de igualdade ou
de interesses entre os países membros, igualdade que pode ser de caráter
político, econômico ou social.
Filizola cita em sua obra o
geógrafo Rogério Haesbaert, que faz uma abordagem do classificado por ele de
blocos internacionais de poder, uma nova possibilidade de regionalizar o mundo,
com três grandes blocos: Bloco Americano, coupando toda America, Bloco Europeu
que inclui a África, e Bloco Oriental ou Sino – Japonês que inclui Oceania.
Nos escritos do autor também
encontramos posicionamento quanto aos blocos econômicos existentes hoje tal com
observamos nos meios de comunicação do dia – a – dia, a começar pelo bloco
europeu.
“O bloco europeu é,
sem dúvida, o que se encontra melhor estruturado. Afinal, a constituição de um
mercado comum remonta a 1952, ano em que, a Ceca (Comunidade europeia do carvão
e do aço) tornou – uma realidade, integrando a Bélgica, Luxemburgo, Holanda,
Alemanha Ocidental França e Itália. Essa comunidade significou o inicio da
integração europeia na medida em que buscava definir uma política de eliminação
de barreiras alfandegárias e certas restrições ao desenvolvimento das
atividades ligadas à siderurgia. De lá para cá o processo de integração só fez
se intensificar. Melhor dizendo, o processo encontra – se plenamente
consolidado em torno da chamada União Européia que, em 2004 passava a contar
com 25 países membros e continuava aberta a novas adesões.”(Filizola, 2005, p.
191).
O autor não deixa claro um
posicionamento quanto ao processo de regionalização econômica na Ásia de forma
genérica, pois não especifica os blocos existentes ou que fazem parte do
continente.
“O bloco asiático é bastante
dinâmico e ao mesmo tempo cercado de muitas incertezas em razão das rugas
deixadas pelo Japão durante o período em colonizou vastas áreas da região do
Pacífico, na primeira metade do século XX. “( Filizola, 2005, p. 192).
A divisão do mundo entre países
do Norte e países do Sul também é colocada pelo autor como uma nova forma de
caracterização do espaço global em termos políticos e econômicos que não
retrata a realidade de forma precisa visto que definir o que é desenvolvido não
é fácil.
“Na atualidade,
tornou – se comum a utilização do termo Norte para designar o conjunto de
países do Primeiro Mundo, isto é, os países desenvolvidos. Contudo, algumas
incertezas persistem, já que definir o que é um país desenvolvido é tarefa
relativamente complexa. Com isso, alinha demarcatória Norte-Sul não pode ser
tomada como algo preciso, ou seja, há uma generalização no seu
traçado.”(Filizola, 2005, p. 204).
No nosso referencial teórico
temos como terceiro autor José Pedro Teixeira Fernandes, Licenciatura em
Direito pela Universidade Católica do Porto (1988). Mestrado em Estudos
Europeus pela Universidade do Minho (1993). Doutoramento em Ciência Política e
Relações Internacionais pela Universidade do Minho (2001).
Professor-coordenador do ISCET – Instituto Superior de Ciências Empresariais e
do Turismo, Professor Auxiliar do ISLA – Instituto Superior de Línguas e
Administração.
Em seu artigo “Da Geopolítica
clássica a Geopolítica pós-moderna: entre a ruptura e a continuidade,”
Fernandes, faz um traçado historio sobre a Geopolítica mundial, principalmente
tendo do como cenário o continente europeu, questionando também quanto ao seu
poder de influência no que tange as relações internacionais e faz uma analise
critica do que ele classifica de Geopolítica pós-moderna é a origem deste
termo.
“Um primeiro aspecto
relevante na análise da Geopolítica clássica é o da origem da própria palavra
«Geopolítica». Embora haja divergências quanto ao momento exacto em que esta
foi utilizada pela primeira vez, é consensual, no âmbito dos estudos académicos
desta disciplina, que o neologismo foi originalmente cunhado, no crepúsculo do
século XIX, pelo sueco Rudolf Johan Kjellén, professor das Universidades de
Gotemburgo e Uppsala.” (Fernandes, 2002, p. 2).
O autor descreve o momento da
separação teórica entre geografia política e geopolítica, sendo geopolítico um
entendimento o poderio antes militar e agora econômico-tecnológico, cutural e
social em um escala global, já geografia política, trata – se de uma visão ou domínio
do Estado em relação a organização do espaço.
“É ainda importante
notar que os trabalhos de Haushofer surgiram no contexto deum grande debate
que, nos anos 1924-1925, estalou entre a comunidade de geógrafos alemães e que
opôs os defensores da Geografia Política clássica, na linha de Ratzel, aos
defensores de uma nova Geopolítica. Karl Haushofer foi um dos principais
protagonistas desse debate. Num artigo que ficou famoso nos anais desta
polémica, precisamente intitulado Politische Erdkunde und Geopolitik
(«Geografia Política e Geopolítica», 1925), começou por sustentar a necessidade
de difundir o conhecimento geopolítico, como saber estratégico, entre a elite
dirigente alemã (políticos, diplomatas e militares) e a população em geral. E,
para isso, era necessário romper com a tradição geográfica anterior, pois, a
disciplina tinha-se constituído de uma maneira errada, sobre o dualismo
Geografia Física/Geografia Humana, sendo o trabalho de Ratzel, embora
indiscutívelmente importante, já ultrapassado. Então, traçou uma distinção
entre a Geografia Política, que estuda a distribuição do poder estatal à
superfície dos continentes e as condições (solo, configuração, clima e
recursos) nas quais este se exerce, e a Geopolítica que tem por objecto a
actividade política num espaço natural.” (Korinman, 1990: p. 155 apud
Fernandes, 2002, p. 5).
Fernandes trás posicionamentos em
relação a geopolítica com algo ideológico e criado para justificar ações de
Estados em relação aos demais como por exemplo as grandes guerras mundiais.
“Por sua vez, com os
desenvolvimentos da II Guerra Mundial e a crescente atenção prestada pelos
media à Geopolítica aumentou a notoriedade de Bowman. No discurso público
norte-americano era referido correntemente como «o nosso» geopolítico; e, simultaneamente,
gerou-se nos media uma tendência espontânea de o qualificar como o «Haushofer
americano» o que, por razões patrióticas e académicas compreensíveis, irritou o
geógrafo. E, por reacção a esta «ligação perigosa», Isaiah Bowman publicou um influente
artigo na Geograghical Revue, em Outubro de 1942, intitulado Geography versus
Geopolitics, onde afirmava que «a Geopolítica representa uma visão distorcida
das relações históricas, políticas e geográficas do mundo e das suas partes...
os seus argumentos tal como são desenvolvidos na Alemanha servem apenas para
sustentar o caso da agressão alemã.” (Isaiah Bowman citado por Ó Tuathail,
1996: 154, apud Fernandes, 2002, p. 10).
Segundo Fernandes o termo
Geopolítica ficou por quase três décadas banido em virtude de discussões
teóricas quanto ao assunto.
“... o uso da palavra Geopolítica
foi praticamente banido durante três décadas, encerrando-se, assim, aquilo que
parafraseando um conhecido título de Alvin Toffler, podemos designar como a
«primeira vaga» da Geopolítica.” (Fernandes, 2002, p. 12).
Para ele essa palavra volta a ser
usa com força durante os anos 70, com surgimento de guerras por questões
ideológicas diferente do cenário da segunda guerra mundial, levando – se em
consideração a um espaço global bipolar entre Capitalismo X Socialismo, estando
dessa forma a palavra Geopolítica na moda, e coloca em foco a importância do
professor Yves Lacoste com sua obra ‘La Géographie ça sert d´abord à faire la
guerre’, fazendo um ruptura quanto ao conceitos até ali existentes.
III. Referências
Bibliográficas:
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das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). http://www.asean.org/asean/about-asean/history. Acesso em:
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MAGNOLI, Demétrio. O que é Geopolítica. 2ºed. Ed. Brasiliense. 1988. 74p.
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Silva, Dakir Larara Machado da. A geografia que se ensina e a abordagem da
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Vesentine, José William. Geografia: geografia geral e do Brasil, 1 ed. São Paulo: Ática,
2005.
______________________.
Nova Ordem, imperialismo e geopolítica global. Campinas-SP:
Parirus. 2003.
CRONOGRAMA DO TCC 1
ATIVIDADES PREVISTAS
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2013
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jul
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ago
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set
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out
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nov
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dez
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Formação do grupo
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Elaboração do pré- projeto (tema e problema)
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Reelaboração do pré-projeto de acordo com as considerações do
professor
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Delimitação do problema e Justificativa
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Definição dos objetivos e metodologias
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Definição de referencial teórico, cronograma e referencial
bibliográfico
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Revisão e reelaboração do projeto final
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Recarregar as baterias para escrever a monografia no próximo
semestre
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CRONOGRAMA DO TCC 2
ATIVIDADES PREVISTAS
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2014
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jan
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fev
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mar
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abr
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mai
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jun
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Leituras sobre o tema para desenvolver a monografia.
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Rever o projeto TCC 1 e entregar ao orientador para análise
inicial.
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Reescrevendo do pré-projeto de acordo com as considerações do
orientador.
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Elaborando as primeiras etapas da monografia, como esboço do
sumário, introdução e primeiro capítulo.
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Reescrevendo as primeiras etapas da monografia de acordo com as
considerações do orientador.
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Elaborando a segunda etapa da monografia, com segundo capítulo,
considerações finais e referências bibliográficas.
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||||||
Reescrevendo a segunda etapa da monografia com as considerações
do orientador.
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Entrega da versão final da monografia para avaliação do
orientador.
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Revendo a versão final segundo as considerações do orientador.
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Entrega da versão final da monografia para última avaliação.
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Apresentação oral da monografia no pólo.
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