UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE
SANTOS
NÚCLEO
DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS
HUMANAS
CURSO
DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
Marcelo de Sousa Santos;
Nelma Andrade de Ramos Rodrigues;
Rute Maria de Sousa;
Suzi Meire Candido Morgado;
Suelha Vieira de Jesus.
GEOPOLÍTICA MUNDIAL – ANÁLISE E
PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO DE GEOGRAFIA
SANTOS
|
2014
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE
SANTOS
NÚCLEO
DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO
DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
Marcelo de Sousa Santos;
Nelma Andrade de Ramos Rodrigues;
Rute Maria de Sousa;
Suzi Meire Candido Morgado;
Suelha Vieira de Jesus.
GEOPOLÍTICA MUNDIAL – ANÁLISE E
PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO DE GEOGRAFIA
Trabalho
de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Educação e Ciências Humanas
UNIMES, como parte dos requisitos para obtenção do título de Licenciado em
Geografia, sob a orientação da (o) Prof.
SANTOS
|
2014
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de
curso tem como escopo a abordagem da Geopolítica Mundial nos livros didáticos
de 8º e 9º ano do Projeto Araribá, organizado por Fernando Carlo Vedovate,
sendo analisado de forma crítica o conteúdo “Processo de Regionalização do
Espaço Mundial em Blocos Econômicos” visando verificar imagens, linguagem,
atividades, capa, apresentação da obra, sumário, e demais itens de grande valia
para que o livro didático se torne uma ótima ferramenta para auxiliar o
professor no processo de aprendizagem dos alunos e aprimoramento do docente,
além verificarmos se esses livros estão de acordos com os parâmetros curriculares
nacionais de geografia para o ensino fundamental II.
PALAVRAS
CHAVE: Geopolítica
Mundial, Bloco Econômico, PCN’s e Livro Didático.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 5
CAPÍTULO 1 - Geopolítica Mundial:
Processo de Regionalização do Espaço Mundial em Blocos
Econômicos.........................................................................
7
1.1 - Tipos de integração dos blocos
econômicos mundiais............................... 7
1.2 - Principais blocos econômicos
mundiais: União Europeia, Mercosul e Nafta.
10
CAPÍTULO 2 - Análise
da Coleção de
Livros Didáticos de Geografia "Projeto Araribá" Editado
por Fernando Carlo Vedovate.................................................
.. 13
2.1 - Análise da
Abordagem sobre Blocos
Econômicos na Coleção
Projeto
Araribá................................................................................................................... 13
2.2 - Análise crítica do conteúdo
Blocos Econômicos apresentado na coletânea Projeto Araribá em relação ao
estabelecido pelos PCN's de Geografia para o Ensino Fundamental
II...........................................................................................
15
Considerações
Finais............................................................................................
21
Referências
Bibliográficas.....................................................................................
23
INTRODUÇÃO
Este Trabalho de Conclusão de Curso
(TCC) tem como escopo análise e produção de material didático para o ensino
fundamental II, sendo no decorrer desta produção abordado o tema Geopolítico
Mundial: Processo de Regionalização Espaço Mundial em Blocos Econômicos, com
base nisso temos aqui uma análise crítica dos livros didáticos de 8º e 9º ano
da coleção Projeto Araribá de Fernando Carlo Vedovate, Editora Moderna, quanto
ao conteúdo já citado.
Novas formas de se trabalhar e
analisar conteúdos voltados para sala de aula, principalmente no ensino
fundamental II que é nosso foco, faz parte de uma prática que deve ser
constante pelo professor (a) visto que com a evolução da tecnologia e difusão
do conhecimento por vários meios requer uma constante revisão dos seus
conceitos e formas de ministrar aulas e de acompanhar a evolução de uma geração
que não aceita ser simplesmente um reservatório de conteúdo, e sim que o
docente busque levar a realidade, “a prática”, para sala de aula por meio de
representações.
A
metodologia utilizada neste estudo será a pesquisa bibliográfica com intuído de
fundamentarmos todas as análises feitas neste trabalho de conclusão de curso
tendo como escopo produção de material didático para as séries finais do ensino
fundamental II, e como livros a serem analisados a coleção Araribá séries
finais do ensino fundamental.
Dividimos esta edição em dois capítulos. No primeiro
temos uma breve descrição sobre o assunto, tipos de integração dos blocos
econômicos mundiais e abordaremos os principais blocos econômicos do mundo:
União Europeia (UE), Acordo Norte Americano de Livre Comércio (NAFTA) e Mercado
Comum do Sul (MERCOSUL).
No segundo capitulo abordamos análise da coleção de
livros didáticos de geografia "Projeto Araribá" editado por Fernando
Carlo Vedovate, nesse momento fizemos uma verificação do conteúdo em questão
abordado pelos livros para sabermos se estão de acordo com o estabelecido nos
Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia para o ensino fundamental II,
com citações de autores respeitados no assunto.
Nossa intenção, além de descrever sobre o tema, é
enfatizar o ensino da disciplina de geografia na sala de aula, de forma que
possamos contribuir para o exercício da docência e da formação de cidadãos
críticos quanto a sua própria realidade e, assim, através deste, faremos uma
análise crítica no que tange a abordagem do tema Regionalização do Espaço
Mundial em Blocos Econômicos no livro didático.
Este tema é uma dos principais assuntos da atualidade,
fruto do sistema capitalista que vigora praticamente em todo mundo, e que se
intensificou após o fim da Guerra Fria que deu origem a Nova Ordem Mundial que
trouxe uma nova configuração geopolítica mundial sendo um ambiente propicio
para formação de acordos econômicos.
Logo, novas formas de se trabalhar e analisar o assunto
para sala de aula faz parte de uma prática que dever ser constante pelo
professor visto que com a evolução da tecnologia e difusão do conhecimento por
vários meios requer um novo olhar para aquilo que se ensina com escopo de
atingir os objetivos do plano de aula.
CAPÍTULO I – Geopolítica
Mundial: Processo de Regionalização do Espaço em Blocos Econômicos.
1.1-
Tipos
de Integração dos Blocos Econômicos Mundiais.
O âmbito econômico global contemporâneo é formado ou tem
como característica o que podemos classificar como globalização, dela surgiu o
processo de regionalização do espaço mundial que favoreceu a formação de blocos
econômicos. Isso oriundo de uma nova ordem mundial atrelada ao desenvolvimento de
novas tecnologias e crescimento de mercado de produção e consumo.
“A crescente interdependência, a maior agressividade
comercial, o protecionismo latente, a exigência de vultosos investimentos para
desenvolvimento de novas tecnologias, a consequente necessidade de maiores
economias de escala e o grande avanço das comunicações têm levado à formação de
acordos internacionais e megablocos de países”. (MORAIS JR, DEVANI DE, 2006,
p.39).
Assim fatos históricos contribuem para que nações se
organizem militarmente e economicamente tendo em vista a permanência ou entrada
neste cenário econômico mundial dominado pelo sistema capitalista dando origem
a uma comunidade internacional, ou seja, representações que estão acima do
poder de estado de cada país, órgãos supranacionais, e essa união se dar por
meio de objetivos afins.
“Na realidade, esses mercados internacionais constituem
um dos caminhos ou etapas da globalização, da interdependência crescente de
todos os países e povos do mundo, de uma ampliação de mercados, enfim.”
(VESENTINI, 2005, p. 211).
A integração econômica não é algo fechado em si, ela é
uma ferramenta que contribui para melhor inclusão de países na economia
internacional através do bloco(s) que fazem parte, na busca por parceria e
acordos que permitam melhor negociação sempre em defesa de seus interesses e
obtenção de privilégios comerciais que contribuam para seu desenvolvimento e
fortalecimento econômico.
“Os blocos econômicos, também chamados de integrações
regionais, são uniões de grupos de países com a finalidade de fortalecer o
comércio entre si, com vantagens, incentivos e preferências, em relação aos
demais países do mundo, tendo como origem a necessidade crescente de novos
comércios, da expansão de mercados, de uma sociedade capitalista que busca
aumentar cada vez mais as transações comerciais”.(MACHADO, 2011, p.24).
Esses blocos e econômicos podem se qualificados conforme
sua formação e finalidade, podendo ser definido como zona de preferência
tarifária, zona de livre comércio, união aduaneira ou ainda mercado comum e
união econômica monetária.
“ De um modelo de cooperação ao modelo comunitário de
integração, cada pais ou grupo de países busca o arranjo mais conveniente aos interesses nacionais,
que podem ser entendidos como sendo as aspirações da população e do governo, a
defesa de interesses do governo ou de cidadãos de determinado Estado. Cada
Evolução, para fase de maior integração significa maior transferência de temas
inerentes a sua soberania para o fórum de decisão comunitário.” (MORAIS JR,
DEVANI DE, 2006, p. 40).
Zona de preferência tarifária (ZPT) é pode ser
classificada como um processo de integração básico, onde são asseguradas
tarifas preferenciais para países que compõem o grupo ou zona, ou seja, tarifas
de comercialização para países membros são diferentes quando se tratar de
negociação com nações que não fazem parte do bloco; podemos citar como exemplo,
ALALC (Associação Latino-Americana de Livre Comércio).
A zona de livre comercio ( ZLC) tem como característica,
além de um segundo nível de integração, a eliminação das barreiras tarifárias e
também as não - tarifárias que fazem parte do comércio entre os membros da zona
de livre comércio. O acordo firmado entre México, Canadá e Estados Unidos,
NAFTA – Acordo de Livre Comércio da América do Norte, e um modelo desse tipo de
integração.
A união aduaneira tem como característica adotar uma
tarifa externa. Aqui um grupo de países aplica para suas importações oriundas
nações que não fazem parte do bloco, porém nas transações entre os membros a
tarifa é zero, livre circulação.
Com quarto nível de integração temos o mercado comum onde
além da livre circulação de produtos, há também a possibilidade de circulação
de serviços, capitais e pessoas como aconteceu na União Europeia.
A união econômica monetária pode ser classificada como a
etapa mais avançada dentre as fases de integração a qual tem como grupo que já
a atingiu a União Europeia, tendo uma moeda comum e uma política monetária
unificada e normatizada pelo Banco Central pertencente ao bloco.
Essas fases são de crucial importância para que haja
igualdade em termos de capacidade de comercialização entre os membros visto que
caso um país não esteja preparado para tal fase ou inclusão em determinado
bloco pode prejudicar tanto sua economia quanto a economia do grupo e que
consequentemente terá um reflexo no mercado internacional.
“Cabe lembrar que um processo de integração dever nivelar
seu participante de modo que as políticas comuns adotadas sejam suportáveis e
vantajosas para todos”.( MORAIS JR, DEVANI DE, 2006, p.41).
Uma maneira de agir precipitada de fazer parte de um
processo de integração pode aumentar as diferenças entre seus membros, tendo
como consequência o abandono do processo e até mesmo a falta de credibilidade
dentro e fora do grupo.
Essa abordagem sobre as fase de integração econômica é de
grande valia e essencial para que dentro da aplicação do conteúdo processo de
regionalização do espaço mundial em blocos econômicos os alunos das séries
finais de ensino fundamental possam entender que tudo isso faz parte de um
contexto histórico que uni fatores e interesses em comuns entre os países
envolvidos.
“Revisões são necessárias, demandando
releituras e até ressignificações das práticas pedagógicas e dos conteúdos
ministrados. É nesse contexto, ou melhor, nessa perspectiva que as proposições
metodológicas podem, de fato, contribuir para potencializar aprendizagens
significativas.” (Filizola, 2009, p. 12).
Assim
é necessário que o professor, além de incluir as fases de integração no contexto
sobre o estudo dos blocos econômicos mundiais, faça uma releitura do assunto no
sentido passar para os alunos a visão de um processo que muitas das vezes os
países se veem obrigados a participar para não ter sua economia prejudicada
visto que no cenário econômico mundial há um teia de dependência dentre as
nações que convivem com os sistema capitalista.
1.2
– Principais Blocos Econômicos Mundiais: União Europeia, Mercosul e NAFTA.
A União Europeia é o bloco econômico que encontra – se
com estágio ou nível de integração mais elevado, a denominada União Econômica
Monetária sendo a etapa mais avançada até o momento alcançada e atualmente
formada por vinte e oito países que têm em comum, além de objetivos comerciais,
zelar pelo diálogo entre seus membros algo que remontar suas origens pós-segunda
guerra.
“Nascida na década de 1950 como
Mercado Comum Europeu (MCE) e também conhecida como Comunidade Econômica
Europeia (CEE), a União Europeia (UE) foi pioneira. O seu sucesso forneceu o
exemplo a ser seguido pelo restante do mundo. O MCE passou a ser chamado de
União Europeia em 1993, depois de o Tratado de Maastricht foi aprovado pelos
países membros. Foi graças ao seu avanço bem-sucedido que os demais países
procuraram criar outros mercados regionais, outros exemplos de integração
econômica regional ou continental.” (Vesentini, 2005, p. 211).
Esse
é o bloco econômico maior e mais significativo do mundo tendo alcançado o
estágio de integração mais avançado existente. As decisões tomadas pelo bloco
envolvem as seguintes instituições: Parlamento Europeu, Conselho da União
Europeia e Comissão Europeia, e ainda há vários órgãos que desempenham
atividades especificas para o sucesso dessa união econômica.
“O maior bloco econômico mundial,
conforme descrito em seu site oficial, não é uma federação (país) nem uma
organização de cooperação entre governos, como a Organização das Nações Unidas
(ONU). Os países que pertencem à União Europeia continuam sendo nações
soberanas e independentes, mas congregaram as suas soberanias em algumas áreas
para ganharem uma força e uma influência no mundo que não poderiam obter
isoladamente”. (Machado, 2011, p. 35).
Porém
algumas crises tem afetado esse grupo, crises essas causadas principalmente por
aumento da dívida pública de alguns de seus membros como Grécia, grandes
números de desempregados como na Espanha, e ainda sentem o abala deixado pela
crise imobiliária causada pelo mercado Norte Americano. Atualmente cogita-se a
criação de uma constituição para o bloco, algo não aceito por todos.
O MERCOSUL (Mercado
Comum do Sul), bloco
ao qual o Brasil é membro, tem em sua configuração inicial como integrantes:
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, já como associados Bolívia e Chile.
Porém em 2012, tivemos uma mudança nessa configuração com o ingresso da
Venezuela em virtude da deposição do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, ato
considerado pelo grupo como golpe de Estado levando à suspensão do Paraguai no MERCOSUL.
“O Mercosul foi criado em 26 de março
de 1991, em Assunção. Sua sede é em Montevidéu (Uruguai). O Mercosul surgiu
inicialmente como zona de livre-comércio, ou seja, de circulação de bens e
serviços livres de barreiras tarifárias. Hoje constitui – se com personalidade
jurídica de direito internacional, com competência para negociar em nome
próprio com terceiros países, grupos de países e organismos internacionais”. (Morais
Jr, Devanir de, 2006, p.75).
Esse
bloco teve como um de sues principais ganhos quanto a criação a formação de
parcerias comerciais entre os demais países do grupo a busca e efetivação de
acordos comerciais com a Comunidade Andina, China, Japão, Coréia do Sul, Rússia
e com a União Europeia visando atender os objetivos em comum traçados para o
alavancamento comercial em suas transações no cenário internacional.
Países
esses, ex - colônias, que tiveram uma industrialização marcada pelo atraso em
relação aos países desenvolvidos (antigas metrópoles), e que encontraram nesse
processo de regionalização do cone sul estratégia para maior ingresso e
oportunidades no comércio mundial visto que por estarem em “nível de igualdade
de produção” possam tratar de números sem grandes preocupações quanto a entrada
de bens industrializados de outros membros em seu território já que em tese a
indústria local consegue concorrer em nível de igualdade de produção seguindo a
linha do neoliberalismo econômico.
O NAFTA (Acordo de Livre
Comércio da América do Norte)
é formado por três países Estados Unidos, Canadá e México. Sendo os dois
primeiros mais ricos e mais industrializados, ficando no México diversas
fábricas que pertencem principalmente aos Estados Unidos servido para a
produção de produtos com custos menores o que incluiu mão de obra barata e
matéria prima mais acessível.
“Outro exemplo de progressiva
integração econômica ocorre na América do Norte, entre Estados Unidos, Canadá e
México. Trata – se do Acordo de Livre – Comercio da América do Norte (Nafta),
assinado por esses três países em 1993. Em conjunto, eles somam cerca de 400
milhões de habitantes, que geralmente são consumidores de elevado poder de
compra (com exceção de grande parte da população mexicana).” (Vesentini, 2005,
p. 212).
Temos
nesse bloco a presença de duas nações desenvolvidas e uma nação subdesenvolvida.
Com isso é possível? Trata- se de uma área
de livre comércio em que de certa forma enxergamos uma desvantagem em termos de
capacidade competitiva industrial do México quanto ao demais, mas há benefícios
para este último.
“Em oito anos de vigência do Nafta, o
México apresentou um surpreendente crescimento. Os investimentos estrangeiros
praticamente dobraram de valor, milhões de novos empregos foram criados e as
exportações cresceram significativamente, tornando o México o oitavo maior
exportador do mundo.” (Morais Jr, Devani de, 2006, p. 105).
Por
trás desse acordo estão os interesses de transnacionais e multinacionais em
busca de barateamento de sua produção; se observarmos o padrão de vida dos
canadenses e norte americano, em relação aos mexicanos, perceberam que é totalmente
discrepante o que nos sugere o atual estado de estagnação em termos de processo
de integração regional não logra uma evolução assim como ocorreu na união
europeia chegando ao maior nível existente na atualidade.
“ Os empregos criados com as novas
indústrias são insuficientes para suprir o número de empregos perdidos com a
falência inúmeras pequenas indústrias nacionais, incapacitadas de enfrentar a
concorrência estrangeira. Também há diminuição dos componentes produzidos no
México, visto que as empresas transnacionais importam quase todos os seus
implementos. Além disso, 48% dos empregadores não cumprem as obrigações legais,
em consequência da flexibilização das leis trabalhistas, trazendo sérios danos
ao trabalhador”.( Morais Jr, Devani dee, 2006, p. 105).
CAPÍTULO
II - Análise da Coleção de Livros Didáticos de Geografia "Projeto
Araribá" Editado por Fernando Carlo Vedovate.
Depois de leituras e citações em
relação ao tema geopolítica mundial com enfoque no processo de regionalização
do espaço mundial em blocos econômicos estaremos neste segundo capítulo fazendo
um análise crítica quanto a esse assunto nos livros didáticos de 8ª e 9ª
séries, 3º edição Projeto Araribá, organizado por Fernando Carlo Vedovate.
2.1 – APRESENTAÇÃO DA OBRA.
Como primeiro item a ser analisado da
obra é a capa do livro em sua 3ª edição de publicação pela editora Moderna. No
livro de 8ª série temos cores suaves e a figura de uma mexicana com trajes
típicos que nos remete a um processo de conhecimento no que tange a outros
territórios da America e a relação desses com o nosso, no sentido econômico e
político. No livro de 9ª série há com imagem festa típica do dragão chinês
fazendo com que o aluno logo perceba a ligação do conteúdo com outras culturas,
mormente outros continentes. Trazem também a indicação da série e o nome
Projeto Araribá Geografia.
As capas desses livros estão adequadas
para a faixa etária a que se destinam, porém como são feitas abordagens a nível
mundial as figuras deveriam também passar essa ideia, ou seja, algo que fizesse
maior conexão a exemplo da figura do globo terrestre com a demarcação dos
continentes e linhas fazendo ligação entre eles, além de dar nome a cada livro
como, por exemplo, no de 8ª série: O Continente Americano e no livro de 9ª
série: Continente Europeu, Asiático, Africano e Oceania.
“(...), ainda algo fundamental:
o ponto de partida para construção do conhecimento em alunos de 1º grau deve
partir do que há de mais concreto e palpável na relação sociedade-espaço, que é
paisagem, pois ela pode ser vista apalpada, medida, mapeada, etc, partindo
sempre da ideia de que há algo por trás das paisagens e iniciar a percepção das
relações que se estabelecem entre esta e seu espaço.” (Silva, 2004, p. 19).
Temos como principal autor desses
livros Fernando Carlo Vedovate que é Mestre em Ciências, mais especificamente
em Geografia Humana, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo, também é Professor e editor de vários livros
voltados para sala de aula.
As apresentações desses livros são
feitas de forma a resumir os assuntos abordados neles de maneira simples, com
citações de Santos e Elliott, sendo o restante do texto repleto de convites
para que o aluno possa mergulhar no conteúdo e perceber as principais palavras
que serão abordadas ao longo do trabalho.
Os índices dos livros analisados são
apresentados de forma bem clara e divididos por unidade contendo em cada uma
determinados temas e estando sempre presente no sumário a relação com a
disciplina de geografia fato que contribui para uma melhor identificação e
abrangência do assunto.
A diagramação dos livros em analise do
Projeto Araribá encontra – se de forma bem objetiva com texto principal e
pequenos balões para especificação e esclarecimentos sobre alguns termos ou
palavras importantes que surgem dentro do tema blocos econômicos e dividi
espaço com mapas, na obra há sempre a presença desses itens. Temos com exemplo
nas páginas 48 e 49 do livro da 9ª série, os principais blocos econômicos, um
mapa mundial colorido de acordo com o bloco do qual a região faz parte e
pequenas notas falando da formação e membros de cada grupo.
Essa diagramação está de cardo ao
público que se destina visto que há somente o necessário para que o aluno possa
se interar sobre o assunto não havendo poluição das folhas com textos ou
figuras que não condizem com o tema ou mesmo longos textos que fazem com que o
aluno se perca ao longo da leitura a ponto de não contextualizar o assunto
abordado ou mesmo fazer uma correta relação com as imagens.
2.2 – Análise Crítica do Conteúdo
Blocos Econômicos Mundiais nos Livros Didáticos de Geografia do 8º e 9º Ano do
Ensino Fundamental II.
As imagens, representações gráficas e
cartográficas, presentes nos livros em análise, estão adequadas ao público que
se destina, contendo, em cada uma, fonte, ano e descrição. Sendo essas
representações cartográficas apresentadas de acordo com padrões cartográficos
internacionais, porém de forma que possa facilitar a compreensão e interação
com o conteúdo trabalhado.
Tais itens são de grande relevância
para em melhor entendimento do assunto por parte dos alunos visto que ficaria
cansativo e extenso descrever uma imagem dentro do livro didático e que não
ficaria clara para muitos, logo são peças fundamentais para atividade educativa
e isso é utilizado de forma correta na abordagem do livro didático sobre o tema
geopolítica mundial, regionalização do espaço mundial em blocos econômicos,
fruto de uma maior preocupação que há hoje quanto a produção de material
didático.
“ A cartografia é um
importante recurso de aprendizagem que não pode ser subutilizada no ensino de
geografia. Não queremos abandonar o conteúdo
geográfico em prol de um novo conteúdo – o cartográfico, mas gostaríamos
de defender um tratamento mais sério de cartografia no ensino de geografia,
principalmente no livro didático.” ( Santos, 2003, p. 111).
A proposta teórica –
metodológica apresentada no livro didático em análise organizado por Fernando
Carlo Vedovate trás uma abordagem caracterizada como Geografia Crítica presente
nos livros didáticos brasileiros a partir da década de 80 sendo essa linha de
pensamento base para muitos trabalhos voltados para o estudo da geografia,
corrente que se diferencia das anteriores por não se ater somente a descrição
de lugares, dados estatísticos e paisagens apresenta um enfoque mais social.
“A década de 80 é marcada
por uma outra linha de pensamento geográfico, oposicionista à anterior, que
buscava um caminho para a compreensão e a explicação do espaço geográfico.
Tinha a orientação marxista, denominada de geografia crítica. Essa linha foi
bem aceita por várias instituições, dentre elas destacamos o Departamento de
Geografia da USP e a Associação dos
Geógrafos Brasileiros (AGB) em suas várias seções esparramadas pelo território
nacional. O importante é que nesta linha e nestas instituições gestaram – se
inúmeros trabalhos sobre o ensino e geografia e, em especial, o estudo do livro
didático de geografia que influenciaram e continuam a influenciar mudanças no
panorama do ensino brasileiro de geografia.” ( Santos, 2003, p.109).
Essa proposta teórica –
metodológica abordada no livro em questão abre espaço para que alunos e
professores possam vivenciar o conteúdo apresentado visto que é esse o enfoque
da geografia crítica dentro da sua abordagem social facilitando dessa forma a
interpretação dos fatos e assuntos contidos na obra já fazem parte da realidade
dos envolvidos, tanto docentes quanto discentes, servido de suporte para os
demais níveis escolares que virão.
É de grande valia citarmos
que a geografia crítica nos livros do Projeto Araribá atende aos parâmetros
curriculares nacionais de geografia desenvolvidos para o ensino fundamental II
a que se destina fazendo com que através deles os alunos possam obter uma
melhor formação e assim contribuir para uma sociedade composta por cidadãos
mais capazes de fazerem suas colocações e exporem ideias diante de indagações
em meio social.
“ O estudo de Geografia
possibilita aos alunos a compreensão de sua posição no conjunto das relações da
sociedade com a natureza; como e por que suas ações, individuas ou coletivas,
em relação aos valores humanos ou à natureza, têm consequências ( tanto para si
como para a sociedade). Permite também que adquiram conhecimentos para
compreender as atuais redefinições do conceito de nação no mundo em que vivem e
perceber a relevância de uma atitude de solidariedade e de comprometimento com
o destino das futuras gerações. Além disso, seus objetivos de estudo e métodos
possibilitam que compreendam os avanços na tecnologia, nas ciências e nas artes
como resultantes de trabalho e experiência coletivas da humanidade, de erros e
de acertos nos âmbitos da política e da ciência, por vezes permeados de uma
visão utilitarista e imediatista do uso da natureza e dos bens econômicos. Para
Milton Santos, a Geografia pode ser entendida com uma filosofia das técnicas.”
( PCN de Geografia, 1998, p. 29).
A linguagem presente nos
livros didáticos em análise quanto ao conteúdo Geopolítica mundial é composta
por fotografias de jornais e revistas, pequenos escritos indicado um livro,
filme ou texto onde há maiores informações em relação ao tema abordado, há
também a presença de informações alusivas a sites contendo noticias
atualizadas.
Assim os itens citados
acima estão contidos nos livros em questão, fato que facilita a compreensão por
parte dos alunos visto que estão adequados aos alunos de 8º e 9º ano não
havendo obstáculos por conterem uma abordagem simples e clara do conteúdo além
da ótima organização dos tópicos de forma que o aluno possa interligá-los ao
assunto principal.
Percebe-se em todas as
páginas a utilização de imagens, uma associação didática que facilita o
trabalho do professor já que não haverá necessidade de apresentar, por exemplo,
grandes mapas onde o aluno possa se orientar, fazendo com que o assunto não
fique muito abstrato por talvez não fazer parte da vivência do discente.
“A Geografia ao ser
estudada, tem que considerar o aluno e a sociedade em que vive. Não pode ser
uma coisa alheia, distante, desligada da realidade. Não pode ser um amontoado
de assuntos, ou lugares (partes do espaço) onde os temas são soltos, sempre
defasados ou de difícil compreensão pelos alunos. Não pode ser feita apenas de
descrições de lugares distantes ou de fragmentos de espaço. Especificamente nos
tópicos referentes à natureza é feita uma abordagem classificatória e
descritiva. A Geografia que o aluno estuda deve permitir que ele se perceba
como participante do espaço que estuda, onde os fenômenos que ali ocorrem são
resultados da vida e do trabalho dos Homens e estão inseridos num processo de
desenvolvimento. Além disso, é necessário fazer a interação entre os elementos
da natureza, compreender que muitos processos naturais têm relação uns com os
outros.” (Silva, 2004, p. 4).
O aluno nessa faixa etária
de sua aprendizagem já pode começar a compreender o significado da política e
dos conflitos étnicos e sociais que ocorrem no interior da sociedade. Nessa
nova ordem, trazer para a explicação o significado da importância dos grandes
organismos internacionais que foram criados para mediar às relações
internacionais entre os Estados, povos e nações do mundo.
Realçamos que a linguagem
cartográfica presentes nos livros atende a normas internacionais para sua
correta interpretação onde o aluno pode verificar os pontos cardiais, título,
legenda, cores, símbolos e demais informações que facilitam a interpretação de
forma didática sempre havendo uma preocupação quanto ao público que se destina
e sua finalidade escolar.
A linguagem contida nos
livros a serem escolhidos por professores não pode ser feita para o professor,
deve se pensar na forma com tal linguagem serão encaradas pelos alunos,
seguindo orientação dos parâmetros curriculares nacionais que orienta também a
utilização de diferentes linguagens, como verbal, musical, matemática, gráfica,
plástica e corporal, como, por exemplo, a figura abaixo trás informações se
valendo da matemática, cartografia e texto complementar além de sua fonte.
As atividades encontradas
no livro didático são compostas por perguntas contendo geralmente de três a
cinco itens para serem respondidos em relação ao assunto trabalhado ocupando
normalmente uma página do livro. Ainda podemos notar a presença textos para
leitura e logo após o autor propõem algumas perguntas alusivas ao texto para
que o aluno possa expor ali seu nível de entendimento quanto às informações
lidas.
Na atividade elaborada
quanto ao assunto geopolítica mundial – blocos econômicos, percebemos como
ponto negativo a atividade da página 56, que deveria trazer algumas perguntas
mais claras sobre blocos econômicos, porém não apresenta, perguntas sobre o
assunto deveria constar já que é o primeiro item trabalhado no tema:
Globalização e organizações econômicas.
Como ponto positivo
podemos citar a oportunidade de acesso a textos complementares por parte dos
alunos sobre o assunto e após leitura no quesito atividade responder de acordo
com que entendeu no texto algumas indagações quanto ao assunto trabalhado
abrindo espaço para o aperfeiçoamento da leitura e interpretação de texto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise crítica dos livros didáticos
de 8º e 9º ano do Projeto Araribá realizada até aqui juntamente com os textos
produzidos e citações oriundas de uma pesquisa bibliografia sobre o tema
Regionalização do Espaço Mundial em Blocos Econômicos no contexto da
Geopolítica Mundial dentro dos livros em análise nos proporciona a capacidade
de darmos ou enxergarmos as diversas interpretações que podem ser extraídas do
material didático trabalhado em sala de aula.
Nesse dilema a formação do professor
de Geografia, na área, é de grande valia no que tange à contribuição para elaboração
de agenda pedagógica, plano de aula e atuação como educador visto que o olhar
do geógrafo se diferencia dos demais profissionais da educação e que tem como
consequência um melhor resultado em sala de aula e contribuição para a formação
de cidadãos críticos e prontos para contribuírem para uma sociedade mais
solidária e participativa.
Ao longo dessa pesquisa podemos
perceber tanto dentro dos livros em análise quanto nos livros e sites citados
durante esse trabalho um harmonia quanto à trajetória história do processo de
formação dos blocos econômicos mundiais e principalmente os mencionados nesse
TCC: MERCOSUL, UE e NAFTA, além de uma linha didática pedagógica que é a
Geografia Crítica.
As imagens, representações gráficas,
cartográficas, proposta teórica, linguagem, capa, introdução, sumário, figuras,
conteúdo e atividades contidos nos livros no projeto araribá, 8º e 9º ano estão
adequados ao público a que se destina sendo ferramentas primordiais para que o
aluno possa interpretar o assunto blocos econômicos de acordo com seu nível de
interpretação e vivência de mundo.
Conclui-se que a Geopolítica Mundial –
Processo de Regionalização do Espaço Mundial em Blocos Econômicos, abordado
atendem também aos Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia, referência
primordial para elaboração de material didático aliado aos demais já
mencionados acima sendo sua produção especifica para a faixa etária a que se
destina levando-se em consideração o grau de abstração ou interpretação dos
discentes.
Além disso, a produção conta indicação
de obras como Demétrio Magnoli, com título União Europeia: história e
geopolítica, onde é abordada a evolução histórica desse bloco, e suas
características internas, uma prática constante ao longo dos livros em análise
que contribui para que o aluno possa aprofundar conhecer outras fontes quanto
ao assunto estudado, sendo também indicado filmes e músicas com o mesmo
objetivo e que podem ser levados para o ambiente escolar e trabalhando em sala
de aula.
Os elementos colocados nas
considerações finais desse trabalho adquiridas ao longo da pesquisa irão
contribuir para que como professores de geografia saibamos da importância e cuidado
que devemos tomar na hora de selecionarmos os livros didáticos que serão
trabalhado durante o ano letivo, sempre alerta para que não venhamos a colocar
nas mãos de nosso alunos livro com linguagem inadequada, que tragam informações
imprecisas, imagens obsenas, dados desatualizados, ou mesmo colocações feitas
pelo autor que possa incitar a violência ou mesmo preconceito étnico e racial.
Nos livros de 8º e 9º ano analisados
nesse trabalho percebemos também o cuidado que o organizador da obra teve em sempre
fazer uma abordagem do conteúdo levando em considerações os itens citamos no
parágrafo anterior, realçamos ainda que tais orientações já fazem parte dos
parâmetros curriculares nacionais, sendo referência para produção de material
didático.
Conclui-se dessa forma que os livros
didáticos em questão são corretamente indicados para os alunos do ensino
fundamental II, de 8º e 9º ano a que se destinam sendo meio didático para prático
do ensino, sendo de grande importância aliado a capacidade profissional do
professor tanto na escolha do livro quanto na sua manipulação durante as
propostas de aula.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Acordo
Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA). Disponível em: http://www.camara.gov.br/mercosul/blocos/NAFTA.htm.
Acesso em: 13/10/2013.
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Nacionais: geografia. Brasília, 1998, p. 156.
Machado, José Luiz. Blocos econômicos no panorama mundial: análise geográfica e
econômica, ed. Ibpex, 2011.
Menezes,
Alfredo da Mota. Integração regional:
blocos econômicos nas relações internacionais/Alfredo da Mota Menezes, Pio
Penna Filho. - Rio de Janeiro: 2006
Morais Júnior, Devani de. Comércio internacional: blocos econômicos. / Devani de Morais
Júnior; Rodrigo Freitas de Souza. - Curitiba: ibpex, 2006, 147 p.: il.
O Mercosul.
http://www.mercosul.gov.br/saiba-mais-sobre-o-mercosul. Acesso em: 13/10/2013.
Santos, Clézio. A cartografia nos livros didáticos de geografia: contrapontos de uma
pesquisa. Ver. Ciênc. Hum, Taubatê, v.9 p. 107 – 114 2003.
Silva, Dakir Larara Machado da. A geografia que se ensina e a abordagem da
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União Européia. Disponível em:
http://europa.eu/about-eu/index_pt.htm.
Acesso em 13/10/2013.
Vesentine, José William. Geografia: geografia geral e do Brasil, 1 ed. São Paulo: Ática,
2005.
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