sexta-feira, 27 de junho de 2014

ANÁLISE E PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO DE GEOGRAFIA


UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
                        



Marcelo de Sousa Santos;
Nelma Andrade de Ramos Rodrigues;
Rute Maria de Sousa;
Suzi Meire Candido Morgado;
Suelha Vieira de Jesus.

GEOPOLÍTICA MUNDIAL – ANÁLISE E PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO DE GEOGRAFIA









SANTOS

 
2014

UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA


                         Marcelo de Sousa Santos;
Nelma Andrade de Ramos Rodrigues;
Rute Maria de Sousa;
Suzi Meire Candido Morgado;
Suelha Vieira de Jesus.

GEOPOLÍTICA MUNDIAL – ANÁLISE E PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO DE GEOGRAFIA


Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Educação e Ciências Humanas UNIMES, como parte dos requisitos para obtenção do título de Licenciado em Geografia, sob a orientação da (o) Prof.


                                                   SANTOS

 
                                                     2014
RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso tem como escopo a abordagem da Geopolítica Mundial nos livros didáticos de 8º e 9º ano do Projeto Araribá, organizado por Fernando Carlo Vedovate, sendo analisado de forma crítica o conteúdo “Processo de Regionalização do Espaço Mundial em Blocos Econômicos” visando verificar imagens, linguagem, atividades, capa, apresentação da obra, sumário, e demais itens de grande valia para que o livro didático se torne uma ótima ferramenta para auxiliar o professor no processo de aprendizagem dos alunos e aprimoramento do docente, além verificarmos se esses livros estão de acordos com os parâmetros curriculares nacionais de geografia para o ensino fundamental II.

PALAVRAS CHAVE: Geopolítica Mundial, Bloco Econômico, PCN’s e Livro Didático.



















SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................      5
CAPÍTULO 1 - Geopolítica Mundial: Processo de Regionalização do Espaço Mundial em Blocos Econômicos.........................................................................     7
1.1 - Tipos de integração dos blocos econômicos mundiais...............................     7
1.2 - Principais blocos econômicos mundiais: União Europeia, Mercosul e Nafta.  10
CAPÍTULO 2 -  Análise  da  Coleção  de  Livros Didáticos de Geografia "Projeto Araribá" Editado por  Fernando Carlo Vedovate................................................. .. 13
2.1 - Análise  da  Abordagem  sobre  Blocos  Econômicos  na  Coleção  Projeto Araribá...................................................................................................................  13
2.2 - Análise crítica do conteúdo Blocos Econômicos apresentado na coletânea Projeto Araribá em relação ao estabelecido pelos PCN's de Geografia para o Ensino Fundamental II........................................................................................... 15
Considerações Finais............................................................................................ 21

Referências Bibliográficas..................................................................................... 23















INTRODUÇÃO


Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) tem como escopo análise e produção de material didático para o ensino fundamental II, sendo no decorrer desta produção abordado o tema Geopolítico Mundial: Processo de Regionalização Espaço Mundial em Blocos Econômicos, com base nisso temos aqui uma análise crítica dos livros didáticos de 8º e 9º ano da coleção Projeto Araribá de Fernando Carlo Vedovate, Editora Moderna, quanto ao conteúdo já citado.

Novas formas de se trabalhar e analisar conteúdos voltados para sala de aula, principalmente no ensino fundamental II que é nosso foco, faz parte de uma prática que deve ser constante pelo professor (a) visto que com a evolução da tecnologia e difusão do conhecimento por vários meios requer uma constante revisão dos seus conceitos e formas de ministrar aulas e de acompanhar a evolução de uma geração que não aceita ser simplesmente um reservatório de conteúdo, e sim que o docente busque levar a realidade, “a prática”, para sala de aula por meio de representações.

A metodologia utilizada neste estudo será a pesquisa bibliográfica com intuído de fundamentarmos todas as análises feitas neste trabalho de conclusão de curso tendo como escopo produção de material didático para as séries finais do ensino fundamental II, e como livros a serem analisados a coleção Araribá séries finais do ensino fundamental.

Dividimos esta edição em dois capítulos. No primeiro temos uma breve descrição sobre o assunto, tipos de integração dos blocos econômicos mundiais e abordaremos os principais blocos econômicos do mundo: União Europeia (UE), Acordo Norte Americano de Livre Comércio (NAFTA) e Mercado Comum do Sul (MERCOSUL).
No segundo capitulo abordamos análise da coleção de livros didáticos de geografia "Projeto Araribá" editado por Fernando Carlo Vedovate, nesse momento fizemos uma verificação do conteúdo em questão abordado pelos livros para sabermos se estão de acordo com o estabelecido nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia para o ensino fundamental II, com citações de autores respeitados no assunto.
Nossa intenção, além de descrever sobre o tema, é enfatizar o ensino da disciplina de geografia na sala de aula, de forma que possamos contribuir para o exercício da docência e da formação de cidadãos críticos quanto a sua própria realidade e, assim, através deste, faremos uma análise crítica no que tange a abordagem do tema Regionalização do Espaço Mundial em Blocos Econômicos no livro didático.
Este tema é uma dos principais assuntos da atualidade, fruto do sistema capitalista que vigora praticamente em todo mundo, e que se intensificou após o fim da Guerra Fria que deu origem a Nova Ordem Mundial que trouxe uma nova configuração geopolítica mundial sendo um ambiente propicio para formação de acordos econômicos.
Logo, novas formas de se trabalhar e analisar o assunto para sala de aula faz parte de uma prática que dever ser constante pelo professor visto que com a evolução da tecnologia e difusão do conhecimento por vários meios requer um novo olhar para aquilo que se ensina com escopo de atingir os objetivos do plano de aula.











CAPÍTULO  I – Geopolítica Mundial: Processo de Regionalização do Espaço em Blocos Econômicos.

1.1-       Tipos de Integração dos Blocos Econômicos Mundiais.
O âmbito econômico global contemporâneo é formado ou tem como característica o que podemos classificar como globalização, dela surgiu o processo de regionalização do espaço mundial que favoreceu a formação de blocos econômicos. Isso oriundo de uma nova ordem mundial atrelada ao desenvolvimento de novas tecnologias e crescimento de mercado de produção e consumo.
“A crescente interdependência, a maior agressividade comercial, o protecionismo latente, a exigência de vultosos investimentos para desenvolvimento de novas tecnologias, a consequente necessidade de maiores economias de escala e o grande avanço das comunicações têm levado à formação de acordos internacionais e megablocos de países”. (MORAIS JR, DEVANI DE, 2006, p.39).
Assim fatos históricos contribuem para que nações se organizem militarmente e economicamente tendo em vista a permanência ou entrada neste cenário econômico mundial dominado pelo sistema capitalista dando origem a uma comunidade internacional, ou seja, representações que estão acima do poder de estado de cada país, órgãos supranacionais, e essa união se dar por meio de objetivos afins.
“Na realidade, esses mercados internacionais constituem um dos caminhos ou etapas da globalização, da interdependência crescente de todos os países e povos do mundo, de uma ampliação de mercados, enfim.” (VESENTINI, 2005, p. 211).
A integração econômica não é algo fechado em si, ela é uma ferramenta que contribui para melhor inclusão de países na economia internacional através do bloco(s) que fazem parte, na busca por parceria e acordos que permitam melhor negociação sempre em defesa de seus interesses e obtenção de privilégios comerciais que contribuam para seu desenvolvimento e fortalecimento econômico.
“Os blocos econômicos, também chamados de integrações regionais, são uniões de grupos de países com a finalidade de fortalecer o comércio entre si, com vantagens, incentivos e preferências, em relação aos demais países do mundo, tendo como origem a necessidade crescente de novos comércios, da expansão de mercados, de uma sociedade capitalista que busca aumentar cada vez mais as transações comerciais”.(MACHADO, 2011, p.24).
Esses blocos e econômicos podem se qualificados conforme sua formação e finalidade, podendo ser definido como zona de preferência tarifária, zona de livre comércio, união aduaneira ou ainda mercado comum e união econômica monetária.
“ De um modelo de cooperação ao modelo comunitário de integração, cada pais ou grupo de países busca o arranjo  mais conveniente aos interesses nacionais, que podem ser entendidos como sendo as aspirações da população e do governo, a defesa de interesses do governo ou de cidadãos de determinado Estado. Cada Evolução, para fase de maior integração significa maior transferência de temas inerentes a sua soberania para o fórum de decisão comunitário.” (MORAIS JR, DEVANI DE, 2006, p. 40).
Zona de preferência tarifária (ZPT) é pode ser classificada como um processo de integração básico, onde são asseguradas tarifas preferenciais para países que compõem o grupo ou zona, ou seja, tarifas de comercialização para países membros são diferentes quando se tratar de negociação com nações que não fazem parte do bloco; podemos citar como exemplo, ALALC (Associação Latino-Americana de Livre Comércio).
A zona de livre comercio ( ZLC) tem como característica, além de um segundo nível de integração, a eliminação das barreiras tarifárias e também as não - tarifárias que fazem parte do comércio entre os membros da zona de livre comércio. O acordo firmado entre México, Canadá e Estados Unidos, NAFTA – Acordo de Livre Comércio da América do Norte, e um modelo desse tipo de integração.
A união aduaneira tem como característica adotar uma tarifa externa. Aqui um grupo de países aplica para suas importações oriundas nações que não fazem parte do bloco, porém nas transações entre os membros a tarifa é zero, livre circulação.
Com quarto nível de integração temos o mercado comum onde além da livre circulação de produtos, há também a possibilidade de circulação de serviços, capitais e pessoas como aconteceu na União Europeia.
A união econômica monetária pode ser classificada como a etapa mais avançada dentre as fases de integração a qual tem como grupo que já a atingiu a União Europeia, tendo uma moeda comum e uma política monetária unificada e normatizada pelo Banco Central pertencente ao bloco.
Essas fases são de crucial importância para que haja igualdade em termos de capacidade de comercialização entre os membros visto que caso um país não esteja preparado para tal fase ou inclusão em determinado bloco pode prejudicar tanto sua economia quanto a economia do grupo e que consequentemente terá um reflexo no mercado internacional.
“Cabe lembrar que um processo de integração dever nivelar seu participante de modo que as políticas comuns adotadas sejam suportáveis e vantajosas para todos”.( MORAIS JR, DEVANI DE, 2006, p.41).
Uma maneira de agir precipitada de fazer parte de um processo de integração pode aumentar as diferenças entre seus membros, tendo como consequência o abandono do processo e até mesmo a falta de credibilidade dentro e fora do grupo.
Essa abordagem sobre as fase de integração econômica é de grande valia e essencial para que dentro da aplicação do conteúdo processo de regionalização do espaço mundial em blocos econômicos os alunos das séries finais de ensino fundamental possam entender que tudo isso faz parte de um contexto histórico que uni fatores e interesses em comuns entre os países envolvidos.
“Revisões são necessárias, demandando releituras e até ressignificações das práticas pedagógicas e dos conteúdos ministrados. É nesse contexto, ou melhor, nessa perspectiva que as proposições metodológicas podem, de fato, contribuir para potencializar aprendizagens significativas.” (Filizola, 2009, p. 12).

Assim é necessário que o professor, além de incluir as fases de integração no contexto sobre o estudo dos blocos econômicos mundiais, faça uma releitura do assunto no sentido passar para os alunos a visão de um processo que muitas das vezes os países se veem obrigados a participar para não ter sua economia prejudicada visto que no cenário econômico mundial há um teia de dependência dentre as nações que convivem com os sistema capitalista.




1.2 – Principais Blocos Econômicos Mundiais: União Europeia, Mercosul e NAFTA.

A União Europeia é o bloco econômico que encontra – se com estágio ou nível de integração mais elevado, a denominada União Econômica Monetária sendo a etapa mais avançada até o momento alcançada e atualmente formada por vinte e oito países que têm em comum, além de objetivos comerciais, zelar pelo diálogo entre seus membros algo que remontar suas origens pós-segunda guerra.

“Nascida na década de 1950 como Mercado Comum Europeu (MCE) e também conhecida como Comunidade Econômica Europeia (CEE), a União Europeia (UE) foi pioneira. O seu sucesso forneceu o exemplo a ser seguido pelo restante do mundo. O MCE passou a ser chamado de União Europeia em 1993, depois de o Tratado de Maastricht foi aprovado pelos países membros. Foi graças ao seu avanço bem-sucedido que os demais países procuraram criar outros mercados regionais, outros exemplos de integração econômica regional ou continental.” (Vesentini, 2005, p. 211).

Esse é o bloco econômico maior e mais significativo do mundo tendo alcançado o estágio de integração mais avançado existente. As decisões tomadas pelo bloco envolvem as seguintes instituições: Parlamento Europeu, Conselho da União Europeia e Comissão Europeia, e ainda há vários órgãos que desempenham atividades especificas para o sucesso dessa união econômica.

“O maior bloco econômico mundial, conforme descrito em seu site oficial, não é uma federação (país) nem uma organização de cooperação entre governos, como a Organização das Nações Unidas (ONU). Os países que pertencem à União Europeia continuam sendo nações soberanas e independentes, mas congregaram as suas soberanias em algumas áreas para ganharem uma força e uma influência no mundo que não poderiam obter isoladamente”. (Machado, 2011, p. 35).

Porém algumas crises tem afetado esse grupo, crises essas causadas principalmente por aumento da dívida pública de alguns de seus membros como Grécia, grandes números de desempregados como na Espanha, e ainda sentem o abala deixado pela crise imobiliária causada pelo mercado Norte Americano. Atualmente cogita-se a criação de uma constituição para o bloco, algo não aceito por todos.

O MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), bloco ao qual o Brasil é membro, tem em sua configuração inicial como integrantes: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, já como associados Bolívia e Chile. Porém em 2012, tivemos uma mudança nessa configuração com o ingresso da Venezuela em virtude da deposição do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, ato considerado pelo grupo como golpe de Estado levando à suspensão do Paraguai no MERCOSUL.

“O Mercosul foi criado em 26 de março de 1991, em Assunção. Sua sede é em Montevidéu (Uruguai). O Mercosul surgiu inicialmente como zona de livre-comércio, ou seja, de circulação de bens e serviços livres de barreiras tarifárias. Hoje constitui – se com personalidade jurídica de direito internacional, com competência para negociar em nome próprio com terceiros países, grupos de países e organismos internacionais”. (Morais Jr, Devanir de, 2006, p.75).

Esse bloco teve como um de sues principais ganhos quanto a criação a formação de parcerias comerciais entre os demais países do grupo a busca e efetivação de acordos comerciais com a Comunidade Andina, China, Japão, Coréia do Sul, Rússia e com a União Europeia visando atender os objetivos em comum traçados para o alavancamento comercial em suas transações no cenário internacional.

Países esses, ex - colônias, que tiveram uma industrialização marcada pelo atraso em relação aos países desenvolvidos (antigas metrópoles), e que encontraram nesse processo de regionalização do cone sul estratégia para maior ingresso e oportunidades no comércio mundial visto que por estarem em “nível de igualdade de produção” possam tratar de números sem grandes preocupações quanto a entrada de bens industrializados de outros membros em seu território já que em tese a indústria local consegue concorrer em nível de igualdade de produção seguindo a linha do neoliberalismo econômico.

O NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) é formado por três países Estados Unidos, Canadá e México. Sendo os dois primeiros mais ricos e mais industrializados, ficando no México diversas fábricas que pertencem principalmente aos Estados Unidos servido para a produção de produtos com custos menores o que incluiu mão de obra barata e matéria prima mais acessível.

“Outro exemplo de progressiva integração econômica ocorre na América do Norte, entre Estados Unidos, Canadá e México. Trata – se do Acordo de Livre – Comercio da América do Norte (Nafta), assinado por esses três países em 1993. Em conjunto, eles somam cerca de 400 milhões de habitantes, que geralmente são consumidores de elevado poder de compra (com exceção de grande parte da população mexicana).” (Vesentini, 2005, p. 212).

Temos nesse bloco a presença de duas nações desenvolvidas e uma nação subdesenvolvida.  Com isso é possível? Trata- se de uma área de livre comércio em que de certa forma enxergamos uma desvantagem em termos de capacidade competitiva industrial do México quanto ao demais, mas há benefícios para este último.

“Em oito anos de vigência do Nafta, o México apresentou um surpreendente crescimento. Os investimentos estrangeiros praticamente dobraram de valor, milhões de novos empregos foram criados e as exportações cresceram significativamente, tornando o México o oitavo maior exportador do mundo.” (Morais Jr, Devani de, 2006, p. 105).

Por trás desse acordo estão os interesses de transnacionais e multinacionais em busca de barateamento de sua produção; se observarmos o padrão de vida dos canadenses e norte americano, em relação aos mexicanos, perceberam que é totalmente discrepante o que nos sugere o atual estado de estagnação em termos de processo de integração regional não logra uma evolução assim como ocorreu na união europeia chegando ao maior nível existente na atualidade.

“ Os empregos criados com as novas indústrias são insuficientes para suprir o número de empregos perdidos com a falência inúmeras pequenas indústrias nacionais, incapacitadas de enfrentar a concorrência estrangeira. Também há diminuição dos componentes produzidos no México, visto que as empresas transnacionais importam quase todos os seus implementos. Além disso, 48% dos empregadores não cumprem as obrigações legais, em consequência da flexibilização das leis trabalhistas, trazendo sérios danos ao trabalhador”.( Morais Jr, Devani dee, 2006, p. 105).


CAPÍTULO II - Análise da Coleção de Livros Didáticos de Geografia "Projeto Araribá" Editado por Fernando Carlo Vedovate.

Depois de leituras e citações em relação ao tema geopolítica mundial com enfoque no processo de regionalização do espaço mundial em blocos econômicos estaremos neste segundo capítulo fazendo um análise crítica quanto a esse assunto nos livros didáticos de 8ª e 9ª séries, 3º edição Projeto Araribá, organizado por Fernando Carlo Vedovate.

2.1 – APRESENTAÇÃO DA OBRA.

Como primeiro item a ser analisado da obra é a capa do livro em sua 3ª edição de publicação pela editora Moderna. No livro de 8ª série temos cores suaves e a figura de uma mexicana com trajes típicos que nos remete a um processo de conhecimento no que tange a outros territórios da America e a relação desses com o nosso, no sentido econômico e político. No livro de 9ª série há com imagem festa típica do dragão chinês fazendo com que o aluno logo perceba a ligação do conteúdo com outras culturas, mormente outros continentes. Trazem também a indicação da série e o nome Projeto Araribá Geografia.

As capas desses livros estão adequadas para a faixa etária a que se destinam, porém como são feitas abordagens a nível mundial as figuras deveriam também passar essa ideia, ou seja, algo que fizesse maior conexão a exemplo da figura do globo terrestre com a demarcação dos continentes e linhas fazendo ligação entre eles, além de dar nome a cada livro como, por exemplo, no de 8ª série: O Continente Americano e no livro de 9ª série: Continente Europeu, Asiático, Africano e Oceania.

“(...), ainda algo fundamental: o ponto de partida para construção do conhecimento em alunos de 1º grau deve partir do que há de mais concreto e palpável na relação sociedade-espaço, que é paisagem, pois ela pode ser vista apalpada, medida, mapeada, etc, partindo sempre da ideia de que há algo por trás das paisagens e iniciar a percepção das relações que se estabelecem entre esta e seu espaço.” (Silva, 2004, p. 19).
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Temos como principal autor desses livros Fernando Carlo Vedovate que é Mestre em Ciências, mais especificamente em Geografia Humana, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, também é Professor e editor de vários livros voltados para sala de aula.

As apresentações desses livros são feitas de forma a resumir os assuntos abordados neles de maneira simples, com citações de Santos e Elliott, sendo o restante do texto repleto de convites para que o aluno possa mergulhar no conteúdo e perceber as principais palavras que serão abordadas ao longo do trabalho.

Os índices dos livros analisados são apresentados de forma bem clara e divididos por unidade contendo em cada uma determinados temas e estando sempre presente no sumário a relação com a disciplina de geografia fato que contribui para uma melhor identificação e abrangência do assunto.

A diagramação dos livros em analise do Projeto Araribá encontra – se de forma bem objetiva com texto principal e pequenos balões para especificação e esclarecimentos sobre alguns termos ou palavras importantes que surgem dentro do tema blocos econômicos e dividi espaço com mapas, na obra há sempre a presença desses itens. Temos com exemplo nas páginas 48 e 49 do livro da 9ª série, os principais blocos econômicos, um mapa mundial colorido de acordo com o bloco do qual a região faz parte e pequenas notas falando da formação e membros de cada grupo.

Essa diagramação está de cardo ao público que se destina visto que há somente o necessário para que o aluno possa se interar sobre o assunto não havendo poluição das folhas com textos ou figuras que não condizem com o tema ou mesmo longos textos que fazem com que o aluno se perca ao longo da leitura a ponto de não contextualizar o assunto abordado ou mesmo fazer uma correta relação com as imagens.

2.2 – Análise Crítica do Conteúdo Blocos Econômicos Mundiais nos Livros Didáticos de Geografia do 8º e 9º Ano do Ensino Fundamental II.

As imagens, representações gráficas e cartográficas, presentes nos livros em análise, estão adequadas ao público que se destina, contendo, em cada uma, fonte, ano e descrição. Sendo essas representações cartográficas apresentadas de acordo com padrões cartográficos internacionais, porém de forma que possa facilitar a compreensão e interação com o conteúdo trabalhado.

Tais itens são de grande relevância para em melhor entendimento do assunto por parte dos alunos visto que ficaria cansativo e extenso descrever uma imagem dentro do livro didático e que não ficaria clara para muitos, logo são peças fundamentais para atividade educativa e isso é utilizado de forma correta na abordagem do livro didático sobre o tema geopolítica mundial, regionalização do espaço mundial em blocos econômicos, fruto de uma maior preocupação que há hoje quanto a produção de material didático.

“ A cartografia é um importante recurso de aprendizagem que não pode ser subutilizada no ensino de geografia. Não queremos abandonar o conteúdo  geográfico em prol de um novo conteúdo – o cartográfico, mas gostaríamos de defender um tratamento mais sério de cartografia no ensino de geografia, principalmente no livro didático.” ( Santos, 2003, p. 111).
A proposta teórica – metodológica apresentada no livro didático em análise organizado por Fernando Carlo Vedovate trás uma abordagem caracterizada como Geografia Crítica presente nos livros didáticos brasileiros a partir da década de 80 sendo essa linha de pensamento base para muitos trabalhos voltados para o estudo da geografia, corrente que se diferencia das anteriores por não se ater somente a descrição de lugares, dados estatísticos e paisagens apresenta um enfoque mais social.

“A década de 80 é marcada por uma outra linha de pensamento geográfico, oposicionista à anterior, que buscava um caminho para a compreensão e a explicação do espaço geográfico. Tinha a orientação marxista, denominada de geografia crítica. Essa linha foi bem aceita por várias instituições, dentre elas destacamos o Departamento de Geografia da USP e  a Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) em suas várias seções esparramadas pelo território nacional. O importante é que nesta linha e nestas instituições gestaram – se inúmeros trabalhos sobre o ensino e geografia e, em especial, o estudo do livro didático de geografia que influenciaram e continuam a influenciar mudanças no panorama do ensino brasileiro de geografia.” ( Santos, 2003, p.109).

Essa proposta teórica – metodológica abordada no livro em questão abre espaço para que alunos e professores possam vivenciar o conteúdo apresentado visto que é esse o enfoque da geografia crítica dentro da sua abordagem social facilitando dessa forma a interpretação dos fatos e assuntos contidos na obra já fazem parte da realidade dos envolvidos, tanto docentes quanto discentes, servido de suporte para os demais níveis escolares que virão.

É de grande valia citarmos que a geografia crítica nos livros do Projeto Araribá atende aos parâmetros curriculares nacionais de geografia desenvolvidos para o ensino fundamental II a que se destina fazendo com que através deles os alunos possam obter uma melhor formação e assim contribuir para uma sociedade composta por cidadãos mais capazes de fazerem suas colocações e exporem ideias diante de indagações em meio social.

“ O estudo de Geografia possibilita aos alunos a compreensão de sua posição no conjunto das relações da sociedade com a natureza; como e por que suas ações, individuas ou coletivas, em relação aos valores humanos ou à natureza, têm consequências ( tanto para si como para a sociedade). Permite também que adquiram conhecimentos para compreender as atuais redefinições do conceito de nação no mundo em que vivem e perceber a relevância de uma atitude de solidariedade e de comprometimento com o destino das futuras gerações. Além disso, seus objetivos de estudo e métodos possibilitam que compreendam os avanços na tecnologia, nas ciências e nas artes como resultantes de trabalho e experiência coletivas da humanidade, de erros e de acertos nos âmbitos da política e da ciência, por vezes permeados de uma visão utilitarista e imediatista do uso da natureza e dos bens econômicos. Para Milton Santos, a Geografia pode ser entendida com uma filosofia das técnicas.” ( PCN de Geografia, 1998, p. 29).

A linguagem presente nos livros didáticos em análise quanto ao conteúdo Geopolítica mundial é composta por fotografias de jornais e revistas, pequenos escritos indicado um livro, filme ou texto onde há maiores informações em relação ao tema abordado, há também a presença de informações alusivas a sites contendo noticias atualizadas.
Assim os itens citados acima estão contidos nos livros em questão, fato que facilita a compreensão por parte dos alunos visto que estão adequados aos alunos de 8º e 9º ano não havendo obstáculos por conterem uma abordagem simples e clara do conteúdo além da ótima organização dos tópicos de forma que o aluno possa interligá-los ao assunto principal.

Percebe-se em todas as páginas a utilização de imagens, uma associação didática que facilita o trabalho do professor já que não haverá necessidade de apresentar, por exemplo, grandes mapas onde o aluno possa se orientar, fazendo com que o assunto não fique muito abstrato por talvez não fazer parte da vivência do discente.
“A Geografia ao ser estudada, tem que considerar o aluno e a sociedade em que vive. Não pode ser uma coisa alheia, distante, desligada da realidade. Não pode ser um amontoado de assuntos, ou lugares (partes do espaço) onde os temas são soltos, sempre defasados ou de difícil compreensão pelos alunos. Não pode ser feita apenas de descrições de lugares distantes ou de fragmentos de espaço. Especificamente nos tópicos referentes à natureza é feita uma abordagem classificatória e descritiva. A Geografia que o aluno estuda deve permitir que ele se perceba como participante do espaço que estuda, onde os fenômenos que ali ocorrem são resultados da vida e do trabalho dos Homens e estão inseridos num processo de desenvolvimento. Além disso, é necessário fazer a interação entre os elementos da natureza, compreender que muitos processos naturais têm relação uns com os outros.” (Silva, 2004, p. 4).
O aluno nessa faixa etária de sua aprendizagem já pode começar a compreender o significado da política e dos conflitos étnicos e sociais que ocorrem no interior da sociedade. Nessa nova ordem, trazer para a explicação o significado da importância dos grandes organismos internacionais que foram criados para mediar às relações internacionais entre os Estados, povos e nações do mundo.
Realçamos que a linguagem cartográfica presentes nos livros atende a normas internacionais para sua correta interpretação onde o aluno pode verificar os pontos cardiais, título, legenda, cores, símbolos e demais informações que facilitam a interpretação de forma didática sempre havendo uma preocupação quanto ao público que se destina e sua finalidade escolar.

A linguagem contida nos livros a serem escolhidos por professores não pode ser feita para o professor, deve se pensar na forma com tal linguagem serão encaradas pelos alunos, seguindo orientação dos parâmetros curriculares nacionais que orienta também a utilização de diferentes linguagens, como verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal, como, por exemplo, a figura abaixo trás informações se valendo da matemática, cartografia e texto complementar além de sua fonte.


As atividades encontradas no livro didático são compostas por perguntas contendo geralmente de três a cinco itens para serem respondidos em relação ao assunto trabalhado ocupando normalmente uma página do livro. Ainda podemos notar a presença textos para leitura e logo após o autor propõem algumas perguntas alusivas ao texto para que o aluno possa expor ali seu nível de entendimento quanto às informações lidas.

Na atividade elaborada quanto ao assunto geopolítica mundial – blocos econômicos, percebemos como ponto negativo a atividade da página 56, que deveria trazer algumas perguntas mais claras sobre blocos econômicos, porém não apresenta, perguntas sobre o assunto deveria constar já que é o primeiro item trabalhado no tema: Globalização e organizações econômicas.

Como ponto positivo podemos citar a oportunidade de acesso a textos complementares por parte dos alunos sobre o assunto e após leitura no quesito atividade responder de acordo com que entendeu no texto algumas indagações quanto ao assunto trabalhado abrindo espaço para o aperfeiçoamento da leitura e interpretação de texto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise crítica dos livros didáticos de 8º e 9º ano do Projeto Araribá realizada até aqui juntamente com os textos produzidos e citações oriundas de uma pesquisa bibliografia sobre o tema Regionalização do Espaço Mundial em Blocos Econômicos no contexto da Geopolítica Mundial dentro dos livros em análise nos proporciona a capacidade de darmos ou enxergarmos as diversas interpretações que podem ser extraídas do material didático trabalhado em sala de aula.
Nesse dilema a formação do professor de Geografia, na área, é de grande valia no que tange à contribuição para elaboração de agenda pedagógica, plano de aula e atuação como educador visto que o olhar do geógrafo se diferencia dos demais profissionais da educação e que tem como consequência um melhor resultado em sala de aula e contribuição para a formação de cidadãos críticos e prontos para contribuírem para uma sociedade mais solidária e participativa.
Ao longo dessa pesquisa podemos perceber tanto dentro dos livros em análise quanto nos livros e sites citados durante esse trabalho um harmonia quanto à trajetória história do processo de formação dos blocos econômicos mundiais e principalmente os mencionados nesse TCC: MERCOSUL, UE e NAFTA, além de uma linha didática pedagógica que é a Geografia Crítica.
As imagens, representações gráficas, cartográficas, proposta teórica, linguagem, capa, introdução, sumário, figuras, conteúdo e atividades contidos nos livros no projeto araribá, 8º e 9º ano estão adequados ao público a que se destina sendo ferramentas primordiais para que o aluno possa interpretar o assunto blocos econômicos de acordo com seu nível de interpretação e vivência de mundo.
Conclui-se que a Geopolítica Mundial – Processo de Regionalização do Espaço Mundial em Blocos Econômicos, abordado atendem também aos Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia, referência primordial para elaboração de material didático aliado aos demais já mencionados acima sendo sua produção especifica para a faixa etária a que se destina levando-se em consideração o grau de abstração ou interpretação dos discentes.
Além disso, a produção conta indicação de obras como Demétrio Magnoli, com título União Europeia: história e geopolítica, onde é abordada a evolução histórica desse bloco, e suas características internas, uma prática constante ao longo dos livros em análise que contribui para que o aluno possa aprofundar conhecer outras fontes quanto ao assunto estudado, sendo também indicado filmes e músicas com o mesmo objetivo e que podem ser levados para o ambiente escolar e trabalhando em sala de aula.
Os elementos colocados nas considerações finais desse trabalho adquiridas ao longo da pesquisa irão contribuir para que como professores de geografia saibamos da importância e cuidado que devemos tomar na hora de selecionarmos os livros didáticos que serão trabalhado durante o ano letivo, sempre alerta para que não venhamos a colocar nas mãos de nosso alunos livro com linguagem inadequada, que tragam informações imprecisas, imagens obsenas, dados desatualizados, ou mesmo colocações feitas pelo autor que possa incitar a violência ou mesmo preconceito étnico e racial.
Nos livros de 8º e 9º ano analisados nesse trabalho percebemos também o cuidado que o organizador da obra teve em sempre fazer uma abordagem do conteúdo levando em considerações os itens citamos no parágrafo anterior, realçamos ainda que tais orientações já fazem parte dos parâmetros curriculares nacionais, sendo referência para produção de material didático.
Conclui-se dessa forma que os livros didáticos em questão são corretamente indicados para os alunos do ensino fundamental II, de 8º e 9º ano a que se destinam sendo meio didático para prático do ensino, sendo de grande importância aliado a capacidade profissional do professor tanto na escolha do livro quanto na sua manipulação durante as propostas de aula.






REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA). Disponível em: http://www.camara.gov.br/mercosul/blocos/NAFTA.htm. Acesso em: 13/10/2013.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: geografia. Brasília, 1998, p. 156.

Machado, José Luiz. Blocos econômicos no panorama mundial: análise geográfica e econômica, ed. Ibpex, 2011.

Menezes, Alfredo da Mota. Integração regional: blocos econômicos nas relações internacionais/Alfredo da Mota Menezes, Pio Penna Filho. - Rio de Janeiro: 2006

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