domingo, 2 de dezembro de 2012

Manezim de Raimundo


Manezim de Raimundo


Agora vou contar,
História do Cangola,
E do Manezim de Raimundo,
Não posso deixar de falar.
Manoel Francisco Martins,
Foi o nome que sua mãe lhe deu,
Mas foi como Manezim de Raimundo,
Que sua fama correu.
Nego respeitado neste Buqueirão,
Trabalhador igual a ele,
Só sendo do sertão.
Toda sua história,
Que estou aqui a contar,
Puder saber,
Quando fui questionar,
A origem de suas terras,
Terras do Cangola.
Terra de Santo?
Terra de Preto?
Ou um Quilombo?
Até agora estou sem saber,
Mas homenagem aos seus ancestrais,
Alguém quis fazer,
Batizando a terra com tal nome,
Cangola volto a dizer,
Tinha ele seu engenho,
Para cana caiana preparar,
E assim a rapadura,
Para se alimentar.
Casa de farinha ele tinha,
Nos primórdios do Cangola,
Coisa que não existe mais,
E em ruína veio a se transformar.
Tinha também seu gadinho,
Para o leite tirar,
E não era mão fechada,
Pois em festa de São João,
Não se preocupava,
Em um deles matar.
Plantava ainda nestas terras,
Milho, arroz e feijão,
Algodão também fazia parte,
De sua plantação.
Cabra que não amolava enxada,
Enxada para trabalhar,
Seu negócio era na força,
Só se via terra voar,
Juntamente com o mato,
Nas terras do Cangola.
Não podemos esquecer,
Sua arte no caçar,
Pela fase da lua,
Ela ia se aventurar,
Nas noites escuras,
Entre as matas,
A procura de tamanduá,
Noites escuras,
Entre as matas,
Nas terras do Cangola.
A morte veio ao seu encontro,
Sem nem mesmo avisar,
Morreu ali mesmo,
Sob uma árvore,
Nas terras do Cangola.

Sebastião Laranjeiras – BA, 01 de dezembro de 2012.
Marcelo de Sousa Santos.



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