sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Antropólogo Guilherme dos Santos Barbosa


Trecho extraído da matéria: " Em defesa de um grande rio que ainda corre livre", jornal UNICAMP relata um pouco sobre  Guilherme dos Santos Barbosa. http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/junho2006/ju327pag12.html



Integrando a mesa, o antropólogo Guilherme dos Santos Barbosa convidou o público a visitar o Ribeira para tomar consciência da importância da luta dos quilombos. “Como dizia Luiz Gonzaga em uma de suas músicas, ‘tem que coisa que para o cristão ver, tem que andar a pé’. Nosso conhecimento se baseia em apertar teclas e o acelerador do carro. A participação virtual não resolve, é necessária a presença física”, pondera. Barbosa percorre o Brasil desde os anos 1960 estudando os quilombos e outros aspectos da cultura negra, como o candomblé e a capoeira. “O quilombo é uma página épica da história do Brasil”, declara. 
Ignorado por instituições como a USP quando anunciou a existência de quilombos, o professor Guilherme Barbosa acabou convidado a divulgar seu trabalho internacionalmente pela Universidade de Viena e hoje atua na Subcomissão de Direitos Humanos da ONU em Genebra. Influenciou diretamente o deputado Ulysses Guimarães, presidente da Assembléia Constituinte em 1987, para a inclusão do artigo 68 na Constituição, assegurando aos remanescentes das comunidades dos quilombos a propriedade das terras que ocupam. 
Por encomenda da Igreja Católica, Barbosa também produziu o primeiro dossiê sobre demarcação de terras de negros no Brasil, entre 1989 e 1991, justamente no Vale do Ribeira. Ele informa que a questão dos quilombos foi introduzida na ONU em 1993, repercutindo desde então em mais de 150 países. “Se a construção das barragens vem sendo sustada há 20 anos, isso não seria possível sem pressão das Nações Unidas. É preciso haver uma conjugação de forças nacionais e internacionais. Por isso convoco todos vocês a visitarem o Vale do Ribeira para conhecer os projetos do ISA [Instituto Socioambiental], nos quais acreditei e que abracei”. 


Guilherme dos Santos Barbosa, da ONU: convite para visitar o Ribeira (Foto:Antoninho Perri)


Fonte: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/junho2006/ju327pag12.html

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